quinta-feira, 10 de junho de 2010

PÁTRIA DE CHUTEIRAS (IX)


Além da importância política que a presença de Nelson Mandela tem para a abertura da primeira Copa do Mundo realizada em um país africano, há um elemento não menos importante no mundo do futebol: a superstição.

A última vez em que Madiba - como é carinhosamente chamado - entrou em campo foi em 1996, quando os Bafana Bafana conquistaram o título inédito da Copa Africana de Nações. Um ano antes, Mandela vestiu a camisa da seleção nacional de rúgbi, dando, de novo, um título mundial aos sul-africanos.

Mas não é só sorte. O líder negro sabe que sua presença foi, desde o fim do apartheid, em 1994, um fator decisivo para a reconciliação nacional. E o esporte sempre foi habilmente usado por ele como poderoso vetor para suas mensagens.

Depois ficar 27 anos na prisão, acusado de terrorismo contra um regime que fazia do ódio racial sua política de Estado, Mandela emergiu como líder pacifista - embora nunca tenha negado a importância da luta armada contra o apartheid.

Fazendo da paz sua bandeira política maior, ele ganhou não apenas projeção nacional. Transformou-se numa das figuras políticas mais carismáticas e influentes do século 20. Madiba presidiu a África do Sul de 1994 a 1999, venceu o Nobel da Paz em 1993 e outras 250 condecorações internacionais pela luta contra a discriminação racial e pela reconstrução do seu país. (João Paulo Charleaux - Estadão).

2 comentários:

Sílvio Macedo disse...

Grande Dodó achei interessante lembrar alguns episódios da vida de Mandela.Inicialmente um jovem advogado empenhado na defesa dos direitos humanos, decidi aderir à luta armada em 21/03/1960 após o massacre de sharpeville quando a polícia sul africana matou 69 manifestantes desarmados e feriu 180.Em 1962 assumi o comando do braço armado do Congresso Nacional Africano chamado " lança da nação".Nesse mesmo ano é preso e condenado a cinco anos de prisão.Em 02/06/1967 é novamente preso e condenado à prisão perpétua.Em 1985 consegue enviar mensagem ao CNA onde dizia:"lutem e esmaguem o apartheid".Em11/02/1990 desisti da luta armada e é libertado pelo governo sul africano.Em 1997 vai à Líbia em agradecimento a Muammar Al Gaddafi pelo apoio na organização do CNA durante o periodo de luta.Ainda hoje é criticado pela amizade que mantém com Fidel Castro e Gaddafi,a quem chama de "irmãos de armas".Abração.

Dodó Macedo disse...

Gracias, Silvinho.
Grande abraço.