Washington Araújo publicou na Carta Maior análise acerca da liberdade de expressão no Brasil.
Tomou como referência fórum há pouco patrocinado pelo Instituto Millenium, reunindo áulicos da Grande Mídia, e a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro passado e solenemente ignorada pelos de início citados.
Araújo alinhou 30 novos significados "grandemidiáticos" do verbete "Liberdade de Expressão", a partir dos quais formei, a meu arbítrio, o seguinte decálogo:
1. Liberdade de expressão só pode ser invocada pelos que controlam o monopólio das comunicações no país.
2. Liberdade de expressão é bem supremo estando abaixo apenas do Deus-Mercado.
3. Liberdade de expressão é denunciar qualquer debate sobre mecanismos para termos uma imprensa minimamente responsável.
4. Liberdade de expressão é gerar factóides, divulgar informações sabidamente falsas apenas para aproveitar o calor da luta.
5. Liberdade de expressão é deitar falação contra avanços sociais, contra mobilidade social, contra cotas para negros e índios em universidades públicas.
6. Liberdade de expressão é não conceder o direito de resposta sem que antes o interessado passe por toda a via crucis de conseguir na justiça valer seu direito.
7. Liberdade de expressão é somente dar ampla divulgação a pesquisas de opinião em que os resultados sejam palatáveis ao veículo de comunicação.
8. Liberdade de expressão é apostar em quem ofereça garantias robustas visando manter o monopólio dos atuais donos da mídia brasileira.
9. Liberdade de expressão é fugir como o diabo foge da cruz de expressões como liberdade, democracia, cidadania, justiça social, controle social da mídia.
10. Liberdade de expressão é obstruir qualquer caminho que conduza mecanismos de democracia participativa.
(Revogadas, rechaçadas, abominadas todas as opiniões em contrário).
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