Em mais uma iniciativa geopolítica, o Brasil, detentor de mais de US$ 220 bilhões em reservas, resolveu aplicar (ou adquirir, ou emprestar) US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional.
O BRIC já conseguiu, na prática, derrubar o G7, fazendo assomar o G20 no mundo. Agora cuida, entre outros propósitos, de dar novo desenho ao 'receituário' FMI.
Os críticos, a postos, tratam de ironizar o gesto brasileiro, relembrando o famoso 'fora FMI' com que o organismo era escorraçado nos anos setenta e oitenta passados e desde logo alertando o Brasil no sentido de se enquadrar no receituário - que eles, ao que parece, nem sequer suspeitam de que pode passar a contemplar o Estado Forte.
Esqueceram de apontar os acertos do Brasil em comércio exterior, expansão do mercado interno a partir do combate à miséria via progamas sociais e aumento do salário-mínimo, pertinência das medidas na área fiscal e bancária, e de registrar que tais iniciativas tiraram o país da crise mundial e permitiram que o FMI, agora, até levasse algum.
Esqueceram que não fosse o socorro oferecido pelo Estado a crise financeira internacional teria levado à bancarrota o tão incensado Livre Mercado. (Aliás, quanto ao fracasso de tal deus-salvo-pelo-gongo os monstros sagrados fazem boca de siri).
Esqueceram o que era o FMI no século passado. Esqueceram John Williamson e seu 'receituário neoliberal' com os famosos dez mandamentos (entre os quais pontificava o Estado Mínimo) entusiasticamente seguidos por EUA (Reagan) e Inglaterra (Thatcher) e dos quais o FMI era porta-voz e fiel agente.
Os tempos mudaram, mas certos analistas iluminados continuam dando lição de moral, convencidos de que as palavras 'leitor' e 'parvo' são sinônimas.
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