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Após a vitória de Lula, militares radicais, incluindo tenentes e coronéis, buscaram apoio para contestar a legitimidade do pleito
Em um dos momentos mais delicados da história recente do Brasil, integrantes do Alto-Comando do Exército resistiram à pressão de radicais dentro e fora das Forças Armadas para viabilizar um golpe de Estado em 2022. O general Valério Stumpf Trindade, peça-chave na contenção dessas articulações, revelou detalhes desse episódio em entrevista exclusiva à coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles.
“Tudo o que fiz foi com o conhecimento do Alto-Comando do Exército, alinhado com o [então comandante] general Freire Gomes. Existe uma lealdade muito forte no Alto-Comando”, afirmou Stumpf. À época, ele ocupava o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército e enfrentou uma campanha de ataques nas redes sociais, que incluiu ameaças a ele e a sua família.
Bastidores de uma crise
Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais, militares radicais, incluindo tenentes e coronéis, buscaram apoio para contestar a legitimidade do pleito. A postura firme de generais como Stumpf, Tomás Ribeiro Paiva e Richard Nunes foi fundamental para evitar que o Exército se envolvesse em um golpe.
Atacado nas redes sociais, Stumpf foi acusado de ser “informante” do ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O general rebateu: “Por ser chefe do Estado-Maior à época, eu tinha contato com o Tribunal Superior Eleitoral, então presidido pelo ministro [Alexandre de Moraes]. Estávamos discutindo métodos para reforçar a segurança e a transparência das urnas eletrônicas”.
Ele acrescentou que as reuniões com o TSE foram institucionais e resultaram na aprovação de medidas como o teste de integridade com biometria, implementado pela Portaria 921. “O foco sempre foi preservar a democracia, fortalecendo a credibilidade das urnas eletrônicas”, destacou. (...)
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