Por Allan Gavioli (No Infomoney/247)
Nesta segunda-feira (30), o governo russo anunciou que iniciará a vacinação da sua população com a Sputnik V, vacina desenvolvida por um laboratório nacional e que ainda não teve seus testes clínicos concluídos.
Segundo informações da agência de notícias Reuters, um lote da vacina Sputnik V foi entregue a ao hospital Domodedovo Central City Hospital em Moscou, capital do país. Ainda de acordo com a Reuters, algumas pessoas já receberam a dose ainda na última semana. Na última terça-feira (24), o governo russo anunciou que a Sputnik V teve 95% de eficácia após a segunda dose.
No site da instituição, constam informações sobre como será o processo de vacinação e de que forma os cidadãos podem demonstrar interesse na aplicação do imunizante.
Segundo essas informações, residentes russos interessados devem se registrar em uma plataforma do governo com antecedência. Outro pré-requisito é apresentar um teste de Covid-19 atestando que não houve contágio pelo novo coronavírus e documentos de identificação.
A Rússia foi o primeiro país a registrar uma vacina contra a Covid-19 no mundo, ainda em agosto. O anúncio gerou preocupação entre a comunidade científica mundial, entre outros motivos, por causa do anúncio dos testes de fase 3 e da vacinação em massa de forma simultânea, mesmo sem ter publicado os resultados em periódicos científicos – parte importantíssima do estudo clínico para que os resultados acerca da vacina possam ser conferidos por agentes independentes.
Segundo números oficiais do governo russo, 26.338 novos casos foram registrados nesta segunda-feira, incluindo 6.511 na capital e 3.691 em São Petersburgo, segunda cidade mais importante da Rússia, além de 368 óbitos nas últimas 24 horas. Ao todo, o país já soma 2.295.654 infectados e 39.895 vítimas fatais desde o início da pandemia.
Vacina russa chega ao Brasil?
Ainda que não haja nenhum contrato firmado entre o governo federal e o Instituto Gamaleya, responsável pela vacina russa Sputinik V, tratativas entre os russos e governos estaduais e companhias privadas brasileiras já estão acontecendo.
Os governos do Paraná e da Bahia já selaram acordos com a Rússia para futuros ensaios clínicos no país e para aquisição de doses. No mês passado, o fundo russo que financia o desenvolvimento da vacina anunciou que o Brasil poderia começar a produzi-la em dezembro. Entretanto, até o momento, a Anvisa não recebeu um pedido formal do Instituto Gamaleya para teste ou registro da Sputnik V no Brasil.
No Brasil, a companhia privada que fechou acordo para receber a tecnologia e produzir o imunizante é a União Química, de São Paulo. Em entrevista ao canal CNN Brasil, um porta-voz da farmacêutica afirmou que já recebeu parte dos insumos para produção do imunizante.
De acordo com Rogério Rosso, diretor de negócios internacionais da União Química, o material faz parte de um lote piloto, que será usado para pesquisa e desenvolvimento. Em reportagem anterior, o InfoMoney detalhou quais vacinas devem chegar ao Brasil. - (Aqui).
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