terça-feira, 1 de dezembro de 2020

EX- JUIZ VAI CUIDAR DA RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS QUE PASSARAM POR SEU 'CRIVO'


Moro Vira Sócio De Empresa Que Atua Como Administradora Judicial da Odebrecht

Pela transcrição: Diário do Centro do Mundo

Do G1:

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro foi anunciado no domingo (29) como novo diretor da empresa de consultoria americana Alvarez & Marsal. Trata-se do escritório que atua como administradora judicial da Odebrecht, empreiteira investigada pela Lava Jato. À TV Globoo ex- ministro confirmou a nova função e informou que não vai se pronunciar no momento.

No anúncio divulgado em seu site, a empresa afirma que o ex-juiz vai comandar a área de disputas e investigações a partir de dezembro. O objetivo, segundo o comunicado, é que Moro possa “desenvolver soluções para disputas complexas, investigações e questões de compliance” para os clientes da empresa, com base em sua experiência governamental.

Como juiz federal no Paraná, Moro conduziu os processos da Operação Lava Jato. O anúncio destaca ainda que Moro é “especialista em liderar investigações anticorrupção complexas” e também em estratégias de compliance.

(…).  -  (Aqui). 

Leia também:

.Reinaldo Azevedo: Moro vai cuidar da recuperação de empresas que a Lava Jato quebrou. (Clique no título).

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Comentário deste Blog

"o ex- ministro confirmou a nova função e informou que não vai se pronunciar no momento."

O G1 deveria ter sido mais, digamos, específico: em vez de ex-ministro, ex-juiz. O ex-juiz informa que não irá se pronunciar no momento. Mas o fará, sim, em breve: a OAB anunciou que o interpelará acerca desse eloquente ato. (Além da Odebrecht, a OAS integraria o rol de 'administradas').

Em seus endeusados pronunciamentos enquanto magistrado, o ínclito Moro costumava aludir ao termo "poderosos" para demonstrar a dureza do desafio que abraçara: "Não pouparemos empenho no combate aos poderosos!!".... "Os poderosos se utilizam de todas as brechas legais!!" etc, etc.

Mas, quem é mesmo o verdadeiro poderoso, que pintou e bordou nas operações Banestado e - notadamente - Lava Jato, pisoteando a bel prazer a Constituição, orientando procedimentos do Ministério Público, fazendo e acontecendo? A resposta poderia ser facilmente dada pelo falecido ministro Teori Zavascki (1948 - 2017), que, relator da Lava Jato no Supremo, marcava cerrado o poderoso personagem, chegando ao ponto de, certa feita, interpelá-lo formalmente em face da prática de grave irregularidade - ao que o intocável, sem ter pra onde correr, humildemente pediu, por escrito, escusas, atribuindo o 'vacilo' a um lamentável equívoco. (Ao que consta, tempos depois da morte do ministro Zavascki, o poderoso declarou em entrevista a veículo amigo que nunca incorrera em falha quando da condução da Lava Jato e que portanto jamais tivera de pedir desculpas a quem quer que seja).

Quanto à Odebrecht (esqueçamos a OAS por enquanto): Quais as circunstâncias que marcaram as (quase) 80 delações de pessoas ligadas à Odebrecht (diretores, basicamente) e que são do conhecimento do ex-juiz? Como se explica uma 'construção' dessas, presentemente? 

Resumindo: Tudo o que diz respeito a essa questão ultrapassa a suspeição.

NotaQuanto à prestação de serviços de 'Compliance' - parte das futuras atribuições do ex-juiz da Lava Jato -, era esse o filão que muitos procuradores planejavam explorar, a partir de empresa especificamente criada para tal fim, após a aposentadoria. O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima teria manifestado esse propósito, que correria sob os auspícios da Fundação Lava Jato, que deu no que deu... mas ai já é uma outra história. Ou não?!).

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ADENDO

."Empresa que contratou Moro receberá quase R$ 35 milhões da Odebrecht e da OAS -  Brasil 247 - Aqui.

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