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O Estado de São Paulo, o mais rico da Federação, registrou 1.209 mortes por Covid-19 em 24h, enquanto 115 de seus municípios (1/4 de seus 645) informaram que a falta de oxigênio para os pacientes é ameaça real, trágica e iminente. Quantos doentes estão nas filas de UTI, quantos leitos estão ociosos por falta de médicos e enfermeiros, de equipamentos médicos? E se o governador do estado não tivesse adotado por conta própria (o que este Blog questionou e agora reconhece que errou ao fazê-lo) os entendimentos com empresa e governo chinês visando à Coronavac?!
O Brasil pode não ser o pior lugar do mundo, mas certamente agiu de forma negligente, irresponsável mesmo, no combate à pandemia - o que agora, cheio de dedos, tenta minorar.
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A frase estava na chamada da NPR, rede pública de rádio dos Estados Unidos, enquanto enumerava trechos de reportagens de grandes veículos de imprensa relatando o que se passa no país sob o governo de destruição e morte de Bolsonaro.
O Washington Post publicou mais uma extensa reportagem, agora com os médicos que vêm escolhendo os brasileiros que vão morrer e viver.
Na primeira cena, uma cama vagou num hospital de Florianópolis e a médica precisou escolher, junto à ambulância, um entre 15 doentes, para salvar. "Não sei como isso vai me afetar", disse ela.
Segundo o jornal, além de vagas e oxigênio, "agora o país está ficando também sem médicos". Eles que em muitos casos, nas últimas semanas, passaram a "bombear pulmões manualmente, com válvulas de silicone".
Noutra cena, em Fortaleza, um médico relatou a escolha que precisou fazer, entre um jovem na casa dos 20 anos e uma mulher com perto de 90. Só um deles poderia ser entubado e "o mais jovem tinha uma chance maior de sobreviver".
O médico agora tem pesadelos. "Vê pacientes pelos corredores. Vê um jovem chorando sobre o corpo de sua mãe, que havia infectado depois de ir a uma festa."
Noutra, um médico de Manaus mostrou as mensagens em seu telefone, como "Meu tio precisa de uma cama" ou "Conte sobre minha esposa. Nós temos dois filhos".
Mas ele já não sente empatia, só irritação. "Quem não precisa de alguma coisa?" [Folha, Nelson de Sá]
É o que já está acontecendo. Os médicos e toda a equipe multidisciplinar que atende aos pacientes de COVID estão exaustos e muitos realmente perdendo a paciência. Pois saem de plantões exaustivos e dolorosos, às vezes contando mortos, e chegam às ruas e encontram gente que, incentivada por Bolsonaro, parece viver num outro planeta, sem pandemia, sem necessidade de medidas restritivas, uso de máscara, vivendo como se não houvesse amanhã, sem perceber que aquele homem exausto do outro lado da rua, a quem ele não dirige a atenção no momento, pode estar diante dele amanhã enfiando goela abaixo um tubo para tentar salvá-lo da própria estupidez e irresponsabilidade.
Não é para irritar qualquer um?
Escrevi aqui diversas vezes, mas não canso de repetir: enquanto Bolsonaro for presidente a pandemia não terá fim no Brasil, pois ele é seu principal agente contagiante. - (Fonte: Blog do Mello - Aqui).
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