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A insuperável mediocridade de Sérgio Moro
"Moro só não é o mais desmoralizado Ministro de Bolsonaro por sua timidez, que o impede de se expor como Abraham Weintraub, da Educação, Damares Alves, da Família, e Ernesto Araujo, das Relações Exteriores".
Por Luis Nassif
Eis aí o mito construído pela imprensa para se tornar uma grande liderança nacional, capaz de se contrapor ao petismo e ao bolsonarismo, o herói sem mácula da Lava Jato. É impressionante a capacidade da mídia de apostar em pangarés para o páreo principal: as eleições presidenciais.
Moro só não é o mais desmoralizado Ministro de Bolsonaro por sua timidez, que o impede de se expor como Abraham Weintraub, da Educação, Damares Alves, da Família, e Ernesto Araujo, das Relações Exteriores. E por não ter a ousadia imprudente de Ricardo Salles, do Meio Ambiente, para tacadas que, mais à frente, não o livrarão de processos criminais.
Fato 1 – Desde o dia 2 de abril, a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), subordinada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública) tinha à disposição R$ 11 milhões de recursos emergenciais para serem utilizados em programas de proteção aos índios contra o coronavírus.
O país já registrou nove casos e três mortes de indígenas. E nenhum centavo foi aplicado por falta de planos. E apenas R$ 11,4 mil foi empenhado pela Funai – e não foi gasto ainda.
A informação foi divulgada pelo Jornal do Tocantins, após consultas ao SIAFI (Sistema Integrado de Administração Financeira). (...)
Fato 2 – em seu Twitter, sem nenhum trabalho relevante para ser promovido, Sérgio Moro trata como vitória a redução de acidentes e vítimas fatais nas estradas, durante a Semana Santa, embora reconhecendo que foi causada pelo isolamento social. Dia desses, fez uma ampla encenação para promover o livro recém-lançado da esposa, sem nenhum receio de se expor ao ridículo.
Fato 3 – com a pandemia ameaçando grassar nos presídios, o único movimento de Moro foi planejar a aquisição de 600 tabletes para permitir vídeo conferências de presos com seus familiares, reuniões de trabalho e audiências judiciais. Vetou todas as iniciativas pretendendo permitir a progressão de penas e prisão domiciliar para presos em regime semi-aberto. Se fossem perigosos, não teriam direito ao semi-aberto. Não montou um plano de contingência sequer para enfrentar a pandemia nos presídios.
Fato 4 – permitiu o desmonte da fiscalização da FUNAI, endossando a demissão de 15 coordenações de área apenas para contentar a bancada ruralista.
Fato 5 – celebra como mérito próprio a apreensão de cargas de drogas, em operações que já fazem parte da rotina da Polícia Federal.
Fato 6 – ficou em terceiro plano em todas as entrevistas sobre o coronavírus, pela absoluta incapacidade de trazer qualquer ideia original ou montar qualquer plano de ação minimamente eficiente.
Fato 7 – é absolutamente subserviente a Bolsonaro, a ponto da esposa apoiar medidas de isolamento e, em seguida, ser instada a deletar a mensagem para não indispor o marido com o chefe.
Correção – o item 2 foi corrigido para incluir que Moro reconheceu que a causa foi a redução do movimento nas estradas. - (Aqui).
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Sem comentário.
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