sábado, 21 de abril de 2012
DEFESA PRÉVIA
"Se a publicação do produto do crime tiver relevância para evitar crimes piores, e mesmo que isso ajude a vender revistas, não se incorre em falha ética. Se um jornalista furtar da pasta de uma pessoa, por exemplo, um plano para explodir a represa de Itaipu e se com a publicação do plano ele evitar o ataque terrorista - e ainda vender mais revistas –, a implicação ética lhe será altamente favorável".
(Eurípedes Alcântara, diretor de redação da revista Veja, tentando explicar a longa e produtiva relação de seu jornalista Policarpo Jr. com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, matéria que certamente será objeto de apuração pela CPMI recentemente criada. Observações do comentarista Foo, no blog do jornalista Luis Nassif:
O problema é quando o repórter mantém uma relação durante anos com o "terrorista", usando o resultado de seus crimes para atacar os adversários da revista... e nunca entrega o criminoso à polícia!!!
Pois é exatamente esse o caso da relação de Policarpo com Cachoeira: ele usou as informações oferecidas pelo criminoso, nunca moveu uma palha para denunciá-lo, e em alguns casos chegou a defender seus interesses.
A sequência de capas das últimas semanas mostra que a Veja primeiro tentou omitir o fato; depois passou ao ataque, dizendo que a CPI era uma cortina de fumaça; e agora mesmo tenta transformá-la em "CPI da Delta", tirando o foco de Cachoeira e colocando-o sobre uma empreiteira que faz negócios com governos de todo o Brasil -- inclusive do PT.
Este último movimento é útil para Cachoeira, sendo o resultado esperado a diminuição do ímpeto da investigação. Em última instância, o que a Veja quer é enterrar a CPI.
Mas nao vai conseguir).
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