quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
SOBRE O CASO ASSANGE WIKILEAKS
Advogado de Assange diz não temer extradição
O assessor jurídico do fundador de Wikileaks e professor da Universidade de Harvard Alan Dershowitz (foto à esquerda) disse não temer a possível denúncia das autoridades americanas contra seu cliente por publicar documentos secretos.
"No caso de as autoridades dos EUA tentarem denunciar só por publicar documentos secretos tenho argumentos excelentes contrários", afirmou Dershowitz em declarações publicadas no último sábado pelo semanário alemão Der Spiegel.
"Afinal de contas, os juízes no processo pelos chamados 'Papéis do Pentágono', no qual participei há 40 anos, condenaram que havia um direito à publicação desse tipo de documentos". (Os 'Papéis do Pentágono': relatórios militares vazados por Daniel Elsberg, ex-agente da CIA, que confessavam o fracasso da estratégia americana da guerra contra os vietcongues. Segundo analistas, a divulgação de tal documentação apressou o fim da guerra - nota do blog Domacedo).
Naquele caso, foi abordado o direito de se publicar (como o jornal The New York Times) documentos críticos sobre a Guerra do Vietnã, apesar de o então Governo dos EUA considerar que isso representava uma ameaça à segurança nacional.
Dershowitz considerou que Assange está em uma situação similar, já que se trata "da versão moderna de um jornalista. O processo contra ele seria os 'Papéis do Pentágono' do século 21. Trata-se de novos meios e uma nova forma de jornalismo global".
O conhecido advogado americano ataca as autoridades de Washington ao dizer: "exigem o uso da imprensa em países como o Egito e Irã. Portanto, teremos de deixar claro que não podem medir com dois pesos e duas medidas e limitar o uso dos novos meios quando afete os interesses dos EUA".
"Além disso, um tribunal americano não pode ser competente diante de uma organização estrangeira como Wikileaks, que nunca antes foi ativa nos Estados Unidos", disse o assessor de Assange. (Fonte: uol notícias, com alterações).
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