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RELATÓRIO APONTA 'ASSASSINATOS E A IMPOSIÇÃO DELIBERADA DE CONDIÇÕES DE VIDA DESTINADAS A PROVOCAR A DESTRUIÇÃO FÍSICA DESSAS PESSOAS'
Um genocídio transmitido ao vivo. É assim que a Anistia Internacional define a guerra na Faixa de Gaza em seu mais recente relatório sobre o estado dos direitos humanos no mundo, divulgado nesta terça-feira. Embora a organização reconheça — e ressalte — que os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023 em Israel foram “terríveis”, ela também denuncia o que define como conivência da comunidade internacional, que, “como se nada pudesse fazer, assistiu o Estado judeu matar milhares de palestinos, exterminando famílias inteiras, destruindo casas, meios de subsistência, hospitais e escolas”.
“O ano de 2024 será lembrado pelo modo como a ocupação militar de Israel se tornou cada vez mais abusiva e mortal; pela maneira como os Estados Unidos, a Alemanha e alguns outros países europeus apoiaram Israel; pela forma como os EUA, sob o governo de Joe Biden, vetaram repetidamente as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas que pediam um cessar-fogo; e pela continuidade das transferências de armas para Israel”, denunciou a secretária-geral da Anistia, Agnès Callamard, acrescentando: “Em 2024, Israel e seus aliados poderosos agiram como se o direito internacional não se aplicasse a eles”.
Como de costume, o governo israelense negou as acusações, classificando a Anistia Internacional como uma “organização radical anti-israelense” que “mais uma vez escolheu publicar mentiras infundadas contra Israel”.
O relatório afirma que as ações das Forças Armadas de Israel no enclave tiveram um “impacto catastrófico” sobre os civis palestinos e configuram genocídio. A conclusão chega meses após uma comissão especial do escritório de direitos humanos da ONU declarar, em novembro passado, que os métodos de guerra empregados pelo Exército israelense na Faixa de Gaza têm “as características de um genocídio”. Na época, o órgão, encarregado de investigar as práticas de Israel no território, destacou as “massivas perdas civis” e a forma como as vidas dos palestinos eram “colocadas em perigo de forma intencional”.
“Com seu cerco a Gaza, a obstrução de ajuda humanitária, ataques seletivos e assassinato de civis e trabalhadores humanitários, apesar dos reiterados apelos das Nações Unidas e desconsiderando ordens da Corte Internacional de Justiça (CIJ) e resoluções do Conselho de Segurança [das Nações Unidas], Israel está intencionalmente causando morte, fome e ferimentos graves” à população de Gaza, dizia o relatório da ONU.
O entendimento da Anistia é o mesmo. Segundo a organização, suas pesquisas constataram que o Estado judeu cometeu “atos proibidos pela Convenção sobre o Genocídio, com a intenção específica de destruir a população palestina de Gaza”. Esses atos, explica, incluíram assassinatos, danos corporais ou mentais graves a civis e a imposição deliberada de condições de vida calculadas para provocar sua destruição física. O relatório também destaca que Israel negou, obstruiu ou se recusou a viabilizar o acesso humanitário necessário em Gaza.
Além disso, cerca de 1,9 milhão de palestinos (90% da população de Gaza) foram forçados a abandonar seus lares devido ao conflito, recorda a Anistia, que afirma que Israel provocou “deliberadamente uma catástrofe humanitária sem precedentes”. Somado a isso, ressalta, o “sistema de apartheid e a ocupação ilegal de Israel tornaram-se cada vez mais violentos na Cisjordânia ocupada, marcados por um aumento acentuado de detenções arbitrárias, homicídios ilegais e ataques de colonos israelenses apoiados pelo Estado contra civis palestinos”. (...).
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