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Os grandes cataclismos representados por guerras, quedas de Impérios, crises de fome e epidemias têm a força de uma caixa de câmbio para mudar a marcha da História.
Por André Araújo
Ao fim da Grande Guerra de 1914 o mundo conheceu a Revolução Comunista como projeto concreto de governo na então Rússia Imperial, primeira experiência socialista concreta no mundo, mas poucos lembram que também no antigo Império Alemão se inaugura um governo de perfil social não comunista representado pela República de Weimar.
Na sequência do pós Primeira Guerra vem a crise econômica de 1929 que exige uma intervenção pesada do Estado para salvar as economias dos EUA, pelo New Deal, e da Alemanha, pela ação intervencionista do Plano Schacht, que em três anos faz um desemprego de 40% chegar a zero na escalada de um rearmamento e também de grandes obras públicas.
Na reconstrução das economias no pós Segunda Guerra, as políticas públicas foram centrais, pela implantação de governos sociais democratas na Europa e pela ação do Estado americano através do Plano Marshall, com recursos e ação do governo dos EUA para reconstrução da Europa Ocidental. Recursos e gestão eram da European Recovery Administration que depois evoluiu para a OECDE – Organização Europeia de Cooperação e Desenvolvimento e hoje OCDE, mas é a mesma estrutura e entidade do Plano Marshall.
Portanto está claro que, as SAÍDAS DE GRANDES CRISES, se faz pela ação do único ente que tem a força e a capacidade de mobilizar recursos, o Estado por si em coligação através de entes multilaterais, que são condomínios de vários Estados para fins determinados. Por si ou em conjunto é o Estado que resgata os náufragos da crise.
A CAIXA DE CÂMBIO DA HISTÓRIA
Os grandes cataclismos representados por guerras, quedas de Impérios, crises de fome e epidemias têm a força de uma caixa de câmbio para mudar a marcha da História.
O comunismo na Rússia jamais seria implantado se não fosse a Grande Guerra, a devastação por ela provocada e a queda do Império dos Czares. A crise traumática abre o caminho para a mudança de marcha e o sistema global de mercados financeiros conectados tendo com fábrica do mundo a China será desmontado pelas consequências econômicas da crise do Coronavírus. Centenas de milhares de empresas pequenas e médias fecharão as portas, grandes conglomerados estarão em estado pré-falimentar, dezenas de milhões de empregos foram cancelados, um novo mapa da economia mundial e seus redesenhos internos em cada País resultarão da remontagem do sistema econômico que já estava fragilizado ANTES da crise da pandemia.
O modelo neoliberal já estava em crise global pré-Coronavírus e o mundo vai necessitar de um novo mecanismo de salvação das economias e dos empregos que não virá pelo mesmo modelo de mercados financeiros globalizados que funcionou de 1970 a 2008, quando já ocorreu a primeira crise do modelo. A remontagem do mecanismo econômico se dará a partir do fim da pandemia em outras bases, com a coordenação dos Estados a nível nacional e global, será mera consequência histórica da doença que necessita remédios que a ganância individual não produz. A crise do modelo financeirizado global já estava evidente pelo crescimento exponencial da DESIGUALDADE SOCIAL mesmo nos países ricos centrais da economia, a pandemia apenas potencializou e acelerou esse processo que ficou mais evidente pela morte em maior escala das populações mais precarizadas, tanto nos EUA como nos demais países.
A pandemia será uma das marchas de reversão de sistemas e métodos de gestão da economia e dos Estados, será um novo mundo pós-pandemia. - (Fonte: Aqui).
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