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Os fatos relatados por Tacla Durán se referem ao advogado Carlos Zucolotto, que é padrinho de casamento de Sérgio Moro e amigo próximo.
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'Indignado' possa ser, como diria o outro, mas, 'perplexo', no sentido de 'não acredito que isso está acontecendo', não cola. Desse flanco exposto, dessa 'arrumação', como diria o outro, o ex-juiz tinha plena ciência desde o tempo da eclosão da denúncia, que ele, então todo-poderoso, tratou de ignorar, sob o manto fiel de sua mídia para lá de amiga (à frente o indefectível Antagonista) e da 'camaradagem compulsória' de seu simpático Ministério Público (compulsória sim, pois a poderosa Lava Jato pairava sobre todas as instituições da República). Como pode o ex-juiz se dizer 'perplexo', se foi arrumar atrito logo com o poder central, que domina a (quase) tudo e a (quase) todos. O 'quase' aí é uma concessão à vertente midiática que 'banca' a candidatura do senhor Moro à presidência da República. Como assim, então, a perplexidade, se o escândalo - à época abortado - se mantinha até o tempo presente como uma bola quicando na pequena área, à feição do adversário?
Do Conversa Afiada
Nesta quarta-feira (03/VI), o ex-juiz Sergio Moro divulgou nota em que crítica a ação do procurador-geral da República, Augusto Aras, de retomar a delação premiada do advogado Rodrigo Tacla Duran.
Como noticiou o Conversa Afiada, os fatos relatados por Tacla Duran se referem ao advogado Carlos Zucolotto, que é padrinho de casamento de Moro e amigo próximo dele.
Duran relata ter pago US$ 5 milhões ao advogado em troca de obter condições favoráveis na negociação de sua delação com a Lava-Jato em 2016, como a diminuição do valor de sua multa, acordada inicialmente em R$ 55 milhões.
“Os relatos de Rodrigo Tacla Durán sobre a suposta extorsão que teria sofrido na Operação Lava Jato, com envolvimento de um amigo pessoal, Carlos Zucolotto Júnior, já foram investigados na Procuradoria-Geral da República e foram arquivados em 27/09/2018, com parecer do então Vice-Procurador-Geral da República (Notícia de fato 1.00.000.010357/2018-88)", reagiu Moro em texto divulgado pelo site Antagonista.
"Na ocasião, o relato não verdadeiro prestado por acusado foragido do país teve o destino apropriado: o arquivamento. Como sempre frisei, ninguém está acima da lei, por tal razão, disponho-me a prestar qualquer esclarecimento que se vislumbre necessário sobre os fatos acima. Contudo, causa-me perplexidade e indignação que tal investigação, baseada em relato inverídico de suposto lavador profissional de dinheiro, e que já havia sido arquivada em 2018, tenha sido retomada e a ela dado seguimento pela atual gestão da Procuradoria-Geral da República logo após a minha saída, em 22/04/2020, do Governo do Presidente Jair Bolsonaro", continua.
"Lamento, outrossim, que mais uma vez o nome de um amigo seja utilizado indevidamente para atacar a mim e o trabalho feito na Operação Lava Jato, uma das maiores ações anticorrupção já realizadas no Brasil", finalizou o ex-juiz. - (Aqui).
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