quarta-feira, 10 de junho de 2020

COVID-19: CONFINAMENTO EVITOU MAIS DE 3 MILHÕES DE MORTES NA EUROPA

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O Brasil, onde reinam a falta de liquidez e a preocupação governamental em assegurar superávit primário (para tranquilidade dos credores nacionais e internacionais), não teria como aplicar a 'receita' utilizada pelos países europeus, onde se chegou, por exemplo, à cobertura de até 70% do salário de empregados em empresas privadas, sob a condição de que permanecessem em isolamento, sem ameaça de serem postos no olho da rua. 
Por isso é que o Brasil, em plena ascensão do número de infectados, promove a retomada das atividades econômicas.
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Levantamento publicado pela revista Nature usou dados combinados de 11 países; pesquisadores apontam que fechamento de escolas e quarentena contribuíram para frear avanço da covid-19. 


Da Deutsche Welle

A adoção de políticas de confinamento em larga escala, bem como "outras medidas não farmacêuticas", contribuíram para reduzir com êxito a transmissão do novo coronavírus e controlar a propagação da pandemia na Europa, evitando cerca de 3,1 milhões de mortes, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira (08/06) pela revista Nature.
A pesquisa, realizada pelo Imperial College de Londres, no Reino Unido, faz estimativas sobre a redução da transmissão do vírus a partir de uma comparação de dados de 11 países europeus, realizada até o início do mês passado.
Até o dia 4 de maio, os pesquisadores calculam que essas medidas podem ter evitado 3,1 milhões de mortes nesses países.
Entre os dias 2 e 29 de março, segundo os especialistas, os países europeus começaram a adotar as chamadas intervenções não farmacêuticas (NPIs), como o fechamento de escolas e imposição de políticas confinamento, para retardar a disseminação da covid-19.
Essas medidas, argumentam, têm um impacto social e econômico. Consequentemente, será importante avaliar sua eficácia para determinar quais medidas de ação devem ser tomadas no futuro para manter o controle da pandemia.
Nesse sentido, uma estimativa do número de reprodução (R) – a média de casos secundários que cada pessoa infectada pode transmitir – é uma medida útil, mas seu cálculo pode ser complicado se os dados do caso forem utilizados, pois é provável que uma proporção maior de infecções não será relatada.
Como alternativa, os pesquisadores propõem que os níveis de infecção sejam calculados retrospectivamente a partir da análise das mortes notificadas.
Embora reconheçam que os números de óbitos também podem vir de relatos incorretos, eles consideram que são mais confiáveis do que as quantidades de casos e podem ser mais úteis na estimativa da proporção dos que não foram relatados.
Por esse motivo, a equipe do Imperial College usou os dados de óbito para detectar até 4 de maio as alterações na evolução da pandemia como resultado da aplicação do "NPI".
Eles estimaram que, até essa data, entre 12 e 15 milhões de pessoas nos 11 países analisados estavam infectadas com a covid-19, entre 3,2% e 4% da população, embora tenham detectado oscilações significativas entre diferentes países.
A taxa mais alta foi registrada na Bélgica, onde estimam que 8% de sua população foi infectada, seguida pela Espanha com 5,5%, que são cerca de 2,3 milhões afetados, enquanto a menor foi detectada na Alemanha, com 0,85% ou 710 mil pacientes.
Ao comparar o número de vítimas registradas com as previstas pelo seu modelo matemático, na ausência de medidas de contenção, eles descobriram que os NPIs impediram aproximadamente 3,1 milhões de mortes.
Da mesma forma, eles calcularam que o R estava abaixo de 1, graças a essas medidas, com uma queda média de 82%, embora esses valores também variem de país para país, alertam.
A taxa de transmissão "caiu em todos os países analisados" de "níveis altos" para "níveis sob controle".
"A nossa análise também sugere que houve muito mais infecções do que as anteriormente estimadas. Agora, deve-se considerar cuidadosamente a manutenção das medidas necessárias para manter sob controle a transmissão da covid-19".  -  (Opera Mundi - Aqui).

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