sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

DO SINCRONISMO PERFEITO

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Sincronismo = Caráter ou particularidade de dois ou mais fenômenos que se passam no mesmo limite de tempo. É exatamente esse fenômeno que se materializa no relacionamento entre o establishment brasileiro e o ex-presidente Lula e seu partido. Isso ocorre desde março de 2014, com o advento da operação Lava Jato. Saiu algo contra o establishment? Lancemos um petardo em sentido contrário. É batata. Em caso de eventual decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU em favor do ex-presidente - e são razoáveis as chances de que tal venha a ocorrer -, certamente sobrevirá uma avalanche de petardos. O problema - ou, melhor, a dura realidade - é que nem sempre os contragolpes são eficazes.


Nova delação contra Lula vaza 1 dia após Bolsonaro se complicar no caso Queiroz

Leio no GGN que a sexta-feira (18) começou com analistas e até ministros do Supremo Tribunal Federal dizendo, em off, que Flávio Bolsonaro deu um tiro no pé e assumiu parcela de culpa no caso Coaf-Queiroz, e chega ao final com uma ajuda providencial para tirar o escândalo do noticiário: a divulgação de um novo capítulo da delação de Antonio Palocci. A divulgação só ocorreu porque a Polícia Federal decidiu anexar, hoje, parte da delação que existe desde abril de 2018 em um inquérito sobre Belo Monte que tramita sob sigilo.

Na delação divulgada pelo G1, Palocci afirmou que Lula recebeu propina pela obra da Andrade Gutierrez em Belo Monte. O ex-ministro relatou que levou o dinheiro pessoalmente ao ex-presidente, uma vez dentro de uma caixa de uísque, em outra suposta oportunidade, dentro de uma caixa de celular. 

"[Palocci] Também se recorda que, dos recursos em espécie recebidos da ODEBRECHT e retirados por Branislav Kontic, levou em oportunidades diversas cerca de trinta, quarenta, cinqüenta e oitenta mil reais em espécie para o próprio Lula", diz trecho divulgado pelo G1.

"Em São Paulo, recorda-se de episódio de quando levou dinheiro em espécie a Lula dentro de caixa de whisky até o Aeroporto de Congonhas, sendo que no caminho até o local recebeu constantes chamadas telefônicas de Lula cobrando a entrega." Isso teria ocorrido em 2010.

Segundo o G1, dois motoristas de Palocci confirmaram os encontros com Lula, mas não puderam confirmar que viram dinheiro dentro dos pacotes. Um deles afirmou, porém, que sabia que o ex-ministro da Fazenda, às vezes, andava com grandes quantias de dinheiro tentando não chamar atenção.

Palocci também disse que a empreiteira Andrade Gutierrez "pagou despesas ao Vox Populi e que, em benefício do ex-presidente, fez doações ao Instituto Lula e pagou palestras a Lula", afirmou o G1.

No meio da eleição para presidente, o juiz Sergio Moro levantou o sigilo de um trecho da delação de Palocci que diz que Lula sabia dos esquemas de corrupção no governo. Moro, hoje, é ministro da Justiça, pasta que comanda a Polícia Federal.  

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