domingo, 2 de outubro de 2016

SOBRE O ESTRATÉGICO ÚLTIMO DEBATE ELEITORAL NAS GRANDES CIDADES


"Quando o Brasil tiver duas Jandira Feghali, que desafiou a Globo na Globo e fez o Gilberto Freire com “i” fugir, nesse dia distante os partidos políticos e seus candidatos a postos executivos se perguntarão: por que o último debate tem que ser na Globo?

Por que o último debate tem que ser na Globo e quando não há mais como reagir à “edição” do debate, porque acabou o horário eleitoral?

Foi assim que a Globo editou o debate do Collor com o Lula e determinou o resultado da eleição – como se demonstra no best-seller “O Quarto Poder – uma outra história”  - e o Freire com “i” levou a segunda eleição do Lula contra o Alckmin para o segundo turno (também minuciosamente descrito no citado livro…).

Por que dar à Globo tanto poder?

O poder de fixar as regras do debate e o de dizer o que aconteceu no debate, na edição do jornal nacional do dia seguinte?

Porque esse é um país de tíbios, como diz o Mino Carta – ver na TV Afiada “canalhas, canalhas, canalhas".

Os colonizados nativos pensam que copiam a Metrópole, mas só pensam que copiam a Metrópole quando lhes interessa: como, por exemplo, faz o Pedro Malan Parente, um vendilhão da pátria que acha o pré-sal um lixo e desconstrói a Petrobras.

Aí, eles acham que copiam a Metrópole – só que a referida Metrópole jamais entregaria à Petrobras brasileira, ou à Shell anglo-holandesa, seu monopólio de petróleo, se tivesse – como tem de bomba atômica…

Faz o que eu digo mas não faça o que eu faço.

Uma boa coisa a copiar da Metrópole seria o formato dos debates a cargos executivos na televisão.
Como se viu no primeiro entre Hillary e Trump – a prova inequívoca de que os Estados Unidos avançam em acelerada decadência.

Os debates lá se realizam e são organizados por universidades.

Realizam-se razoavelmente antes da eleição e não na véspera…

O sinal é distribuído para todo mundo: quem quiser transmite o debate.

Tem um âncora para cada debate, escolhido entre os âncoras das principais redes de tevê.

O âncora fica no debate de costas para a câmera – ou seja, ele não tem a menor importância.

As regras são simplérrimas e, não, essa charada, quebra-cabeças dos “debates” brasileiros – o que confunde o espectador, o candidato e o âncora…

As regras são elementares: poucas perguntas do âncora e muitas, muitas perguntas e debates entre os candidatos.

Que é o que interessa.

Interessa, em termos.

Porque a literatura especializada mostra que debate não decide eleição: desde o célebre debate entre Kennedy e Nixon se comprova que o espectador vê nos debates o que quer.

O relevante, aqui, é tirar o poder de a Globo decidir as eleições.

O Freire com “i”, ao tentar responder à Jandira, disse que a Globo não tem a obrigação de realizar debates.

Os candidatos, no Brasil, é que “têm a obrigação” de debater na Globo – na véspera da eleição.
São os tíbios do Mino, para não usar palavra mais forte…

Em tempo: e por que um candidato a Presidente(a) deve se submeter à sessão de tortura a que o William Bonner submeteu a Dilma, quando falou tanto quanto ela, a ponto de a então mulher, a Fátima, que ainda não vendia presunto, adverti-lo: “William, William”, com dó da Presidenta…

I-na-cre-di-tá-vel!

Queria ver ele fazer aquilo com a Jandira.

Ah, se fossem duas..."





(Do jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu blog, post intitulado "Por que o último debate é na Globo?" - aqui.

"Uma boa coisa a copiar da Metrópole seria o formato dos debates a cargos executivos na televisão.
Como se viu no primeiro entre Hillary e Trump – a prova inequívoca de que os Estados Unidos avançam em acelerada decadência."

Note-se a ironia de Amorim relativamente à palavra 'decadência'. Na verdade, é exemplar o formato de debate lá adotado. No Brasil, o 'monopólio' da Globo reflete a sua hegemonia nacional: o grupo se impõe. Ponto.

Quanto à performance do PT nas eleições municipais - ao menos nas grandes cidades do País, até agora - é pífia, o que não surpreende. Também não surpreende o desempenho da senhora Marta Suplicy em São Paulo.

De qualquer modo, vale relembrar o que dizia o velho cacique mineiro Magalhães Pinto: "Política é como as nuvens: num momento mostram um desenho, noutro momento exibem um formato completamente diferente"). 

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