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"...os adolescentes estão sendo usados para promover um esquema que aparenta ser uma pirâmide financeira, induzindo outros jovens ao erro e desvalorizando a educação"
Adolescentes têm viralizado em redes como Instagram e TikTok com vídeos onde desprezam a importância da educação formal. Declarações como “ganho mais que cinco médicos no mês” são comuns nesses perfis, que prometem ensinar como alcançar uma suposta vida de luxo. Muitos divulgam cursos hospedados em plataformas como Kiwify e Cakto, vendendo a ideia de ganhos fáceis no marketing de afiliados. Com informações do G1.
Os cursos, com preços entre R$ 10 e R$ 200, prometem ensinar como lucrar com a venda de outros cursos. Apesar disso, especialistas apontam que os jovens podem estar sendo explorados em práticas ilegais, como trabalho infantil e até estelionato. Segundo Kelli Angelini, especialista em educação digital, há fortes indícios de manipulação desses adolescentes para promover produtos com falsas promessas de sucesso.
As plataformas negam permitir o uso por menores de idade, mas há relatos de que contas são registradas usando documentos de responsáveis. A Kiwify e a Cakto afirmam que possuem mecanismos para evitar fraudes, mas vídeos mostram adolescentes recebendo prêmios e brindes, incluindo bebidas alcoólicas, após alcançarem metas de vendas.
Advogados afirmam que os conteúdos publicados violam a legislação brasileira sobre trabalho infantil e publicidade para menores. Segundo Denise Auad, da OAB-SP, os adolescentes estão sendo usados para promover um esquema que aparenta ser uma pirâmide financeira, induzindo outros jovens ao erro e desvalorizando a educação.
Os vídeos seguem uma estratégia chamativa, com promessas de altos ganhos e mudanças de vida. Os adolescentes destacam que trabalham pouco e faturam muito, mas raramente mostram os bens materiais que alegam possuir. Essa abordagem, segundo especialistas, busca atrair um público vulnerável, especialmente outras crianças.
A Promotoria da Infância e Juventude foi acionada, mas as plataformas seguem operando. No site Reclame Aqui, usuários relatam dificuldades em cancelar compras e obter reembolsos de cursos promovidos pelos influencers mirins. Mesmo com as denúncias, vídeos continuam circulando nas redes, ampliando o alcance desses conteúdos.
Pais de alguns adolescentes envolvidos admitiram que os filhos consideram essa atividade um trabalho. No entanto, nenhum deles confirmou se possui autorização judicial para atuar como influenciadores, o que é exigido pela lei brasileira para menores de 16 anos. Especialistas afirmam que um juiz dificilmente aprovaria esse tipo de conteúdo.
Organizações como o Instituto Alana alertam para os riscos desse modelo de negócio, que desvaloriza a educação e explora a imagem de crianças. “Esses vídeos criam um ambiente perigoso para crianças que acreditam em promessas irreais e acabam desvalorizando os estudos”, afirma Isabella Henriques, diretora-executiva do instituto. - (Diário do Centro do Mundo - Aqui).
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Brazilzão, ê Brazilzão.
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