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Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina foi alvo de humilhação pública pela Lava Jato e acabou cometendo suicídio 18 dias após ser preso injustamente
Em comunicado encaminhado à reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Tribunal de Contas da União (TCU) afirmou ser "improcedente" a representação contra o programa Universidade Aberta do Brasil (UBA), informa a colunista Dagmara Spautz do portal NSC Total.
As denúncias de superfaturamento no aluguel de veículos para a execução do programa levaram o reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo à prisão pela Polícia Federal em 2017, na Operação Ouvidos Moucos - um desdobramento da Lava Jato. 18 dias depois de ser detido, o reitor, abalado, cometeu suicídio. Agora, a conclusão das análises informa que não foram comprovadas quaisquer irregularidades e a representação foi arquivada.
O informe do TCU foi assinado por Leandro Santos de Brum, diretor da Unidade de Auditoria Especializada em Educação, Cultura, Esporte e Direitos Humanos.
Em janeiro deste ano, o presidente Lula (PT) homenageou Cancellier durante um encontro com reitores de universidades, afirmando que o caso envolvendo sua morte foi uma "aberração" e que apenas ocorreu "pela pressão de uma polícia de ignorantes, de um promotor ignorante, de pessoas insensatas que condenaram as pessoas antes de investigar e julgar".
"Quero dizer para você, meu caro Luiz Carlos Cancellier, que pode ter morrido a sua carne, mas as suas ideias continuarão no meio de nós a cada momento que a gente pensar em educação, na formação profissional e intelectual do povo brasileiro. Esteja onde você estiver, pode ficar certo que aqui tem muita gente disposta a dar sequência ao trabalho que você fazia e às ideias que você acreditava. Você morreu, mas as suas ideias continuam vivas, e nós haveremos de recuperá-las e trabalhar para que a gente nunca mais permita que aconteça o que aconteceu com aquele reitor em Santa Catarina”, disse Lula na ocasião. - (Aqui).
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Os dias de 'tortura' a que foi submetido o reitor Cancellier foram acompanhados também por críticos da Lava Jato país afora, incluindo este Blog. Cancellier permaneceu por horas nu e algemado em pátio da prisão, enquanto próceres da Lava Jato divulgavam as acusações mais terríveis contra ele; solto, ficou proibido de entrar na UFSC. Desesperado, humilhado, acabou dando fim à vida em um shopping de Florianópolis, com um bilhete:
Passamos um tempão "preparando" um alentado histórico a respeito de Erika Marena, delegada que comandou o suplício imposto ao Reitor Cancellier, mas eis que agora, na hora fatal, resolvemos nos poupar, e aos poucos leitores, desse imensurável desprazer.
(Com o registro de que, mesmo se se tratasse da prática de ato irregular, nem assim seria lícito o tratamento dispensado).
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