terça-feira, 7 de abril de 2020

LÍDER DA ULTRADIREITA ITALIANA DESAFIA A QUARENTENA E PROPÕE ABERTURA DE IGREJAS NA PÁSCOA

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Uma vez que o Papa Francisco desde sempre manifestou sua opção preferencial pelos pobres e tão logo iniciado o papado promoveu uma verdadeira varredura nas entranhas do Vaticano (devassando até as estruturas viciadas do então notório Banco do Vaticano, propalada fonte de lavagem de dinheiro), passou a merecer ódio extremo da direita radical, que abomina todas as suas iniciativas. Logo, uma vez que Francisco foi quem determinou o 'recesso' das igrejas nesse grave período que o mundo atravessa, tal decisão passou a ser atacada por todos os lados, notadamente dos próceres da ultradireita. Prato feito para Matteo Salvini, aquele que, quando dirigente do país, se recusou terminantemente a acolher imigrantes refugiados da Síria e arredores. Virtuoso e solidário o moço, como se vê.


Matteo Salvini, ex-ministro do Interior da Itália e líder da extrema direita no país, desafiou neste domingo (05/04) a quarentena social em vigor em todo o território italiano ao propor a abertura das igrejas para a realização das missas no domingo de Páscoa (12/04), em meio à pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 15 mil pessoas no país.
Em entrevista à emissora Sky TG24, o ultradireitista disse que permitir que os italianos participem da missa na Páscoa durante a pandemia representaria um "momento de esperança", pois "só a ciência não é suficiente: o bom Deus também é necessário".
"Estamos nos aproximando da Páscoa e também precisamos da proteção do Imaculado Coração de Maria", disse Salvini, lembrando que há um apelo enviado aos bispos para permitir que fiéis entrem nas igrejas do mesmo jeito que vão aos supermercados.
O líder do partido de extrema direita Liga afirmou que apoia "os pedidos daqueles que dizem que podem entrar na igreja, ainda que ordenadamente, com as distâncias de segurança, para a missa da Páscoa, talvez um pouco de cada vez, em quatro ou cinco".
A proposta de Salvini, no entanto, provocou polêmica no país. O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, do Partido Democrático (PD), atacou a medida em um vídeo publicado no Facebook e disse "ser contra a reabertura das igrejas para a Páscoa".
"Discordo porque penso que nesses momentos a fé de alguém pode e deve ser também um assunto pessoal e privado. Mas a questão é: se você realmente deseja reabrir as igrejas como você diz, e se você diz que não é apenas uma manchete de jornal, é preciso fazer uma coisa muito clara: proponha à Lombardia ou ao Veneto [regiões que seu partido Liga governa] assinar uma ordem a esse respeito. Caso contrário, estamos como sempre [falando] de palavras e não de fatos", disse Sala.
No Twitter, alguns padres também criticaram a declaração de Salvini. "Querido Salvini, hoje as igrejas estão fechadas porque nós sacerdotes respeitamos a lei de nosso país. Obedecemos a nossos bispos e não a você. Não usamos nosso povo, mas o amamos", escreveu don Dino Pirri, pároco na província de Ascoli Piceno.  -  (Aqui).

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