Os senhores John Bolton, dias atrás, e Mike Pompeo, emissários dos Estados Unidos para conversações com o presidente eleito, estariam certos da implantação de uma base militar de seu país no Brasil. Mas, há perspectiva real de que tal aconteça?
A fantasia da base militar dos EUA no Brasil
Por André Araújo
https://popularresistance.org/2019-defense-budget-supports-883-overseas-bases-and-is-lethal-to-humanity/
Acima um extenso relatório de uma ONG de observação do Pentágono sobre as dotações orçamentárias para o ano fiscal de 2019. No grupo de despesas para as bases militares dos EUA no exterior, que são 883, das quais 121 no Japão, 120 na Alemanha e 78 na Coreia do Sul.
A implantação de uma base no exterior precisa estar designada no Orçamento a ser aprovado no Congresso dos EUA. Não há dotação para nenhuma base nova, a tendência é fechar bases e não abrir novas. Os EUA tinham ao fim da Guerra Fria 2.000 bases, fecharam mais de 1.000; na América do Sul, uma grande base, a de Manta, no Equador, neste caso por exigência do então Governo de Rafael Correa.
Agora, com a Câmara dos Representantes sob controle dos Democratas, uma nova base no Brasil DIFICILMENTE será aprovada.
Portanto não basta o Secretário de Estado Mike Pompeo achar ótimo uma base no Brasil, é preciso que o Congresso, as duas Casas, aprovem a dotação.
Portanto não basta o Secretário de Estado Mike Pompeo achar ótimo uma base no Brasil, é preciso que o Congresso, as duas Casas, aprovem a dotação.
Tudo isso apenas no aspecto do BUDGET, sem falar sobre outros fatores já mencionados como OBJETIVO, LOCALIZAÇÃO, SOBERANIA, IMUNIDADES.
Para 2019 só o custeio das bases já existentes consumirá US$ 50,4 bilhões, valor que está na Proposta de Orçamento para 2019.
Hoje a lógica do Pentágono é a base naval em porta-aviões nucleares, que podem atingir qualquer lugar, sem falar nos submarinos, arma de ataque. O próprio Presidente Trump tem sugerido o fechamento de bases na Coreia do Sul para economizar dinheiro do contribuinte.
A maioria das operações no Oriente Médio sobre o Afeganistão, Síria e Iraque parte de porta aviões e não de base em terra.
A lógica é obvia, uma base em terra uma vez instalada não pode ser levada embora, é dinheiro enterrado; para quê, se tudo pode ser feito a partir de porta-aviões que sempre serão dos EUA? A lógica das bases em terra acabou e hoje a preocupação do Pentágono é fechar bases para economizar escassos recursos orçamentários.
Assim, esse tema de base militar americana no Brasil é fora de tom, de época, de razão estratégica, é um tema apenas político. Nesse ponto coincide a visão dos militares americanos e dos brasileiros. Políticos como Pompeo e Ernesto Araújo agitam o tema mas a lógica militar é que manda.
Também do ponto de vista político o tema é delicado. Base militar de um País em outro sugere uma OPÇÃO COLONIAL ou por resultado de guerras, como no caso das bases na Alemanha, Japão e Coreia do Sul, cuja lógica vem de um conflito anterior, a Segunda Guerra, a Guerra Fria e a Guerra da Coreia; uma base no Brasil só teria algum sentido se o Brasil estivesse sob ameaça de invasão, mas quem seria o invasor?
Hoje a grande preocupação do Pentágono é a expansão territorial chinesa no Mar do Sul da China e todos os recursos vão nessa direção. - (Aqui).
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(Clique AQUI para ler "Amorim condena base militar dos EUA e diz que Brasil importará conflitos").
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ADENDO
"Bolsonaro recua e desiste de base americana no Brasil" - Aqui.
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(Clique AQUI para ler "Amorim condena base militar dos EUA e diz que Brasil importará conflitos").
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ADENDO
"Bolsonaro recua e desiste de base americana no Brasil" - Aqui.
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