quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
BREVES TÓPICOS SOBRE REGIMES ESCRAVOCRATAS
150 anos da absolvição da escravatura nos EUA
Por Motta Araújo
1º de Fevereiro de 1865, o Presidente Lincoln assina a Décima Terceira Emenda à Constituição americana, que acaba com a escravidão naquele País.
Da África às Américas foram transportados pelo Atlântico cerca de 12 milhões de cativos, dos quais 1,5 milhão pereceram na travessia. Cerca de 4 milhões pereceram na própria África, entre a captura e o embarque.
Os primeiros e sempre os maiores negociantes de escravos foram os portugueses, que dominaram o tráfico nos Séculos XVII , XVIII e XIX. Foram seguidos pelos espanhóis, britânicos e franceses, nessa ordem.
O destino dos 12 milhões de cativos foi o seguinte:
Brasil 38,5%
Caribe britânico 18,4%
América Espanhola 17,5%
Caribe francês 13,6%
Estados Unidos 6,4%
Colônias holandesas 2,3%
As Américas não foram o único destino dos cativos, cerca de 6 milhões foram para a Ásia e 2,5 milhões para a própria África. Os cativos eram capturados no interior da África por africanos rivais, vendidos a mercadores árabes que os levavam até a costa e aí eram comprados por negociantes portugueses que transportavam não só para o Brasil, mas também para o Caribe e América do Norte, onde eram revendidos em leilões ou por negociação direta. A travessia no Século XVIII levava em média dois meses e meio, no Século XVIII caiu para dois meses.
Portugal e Brasil foram os grandes centros do negócio do tráfico de escravos, negócio que movimentava grande parte da economia através de fretamentos, bancos financiadores e companhias de seguros; o trafico de escravos foi o maior negócio da economia do Rio de Janeiro entre 1780 e 1860, ocupando grande volume de capital. (Fonte: aqui).
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Três tópicos sobre a escravatura, extraídos de meu caderno implacável:
1. Bula Papal INTER COETERA, de 4 de maio de 1493: Tornou povos e terras "legitimamente possuíveis e escravizáveis" por Portugal e Espanha. A Igreja, assim, respaldava a barbárie.
2. Brasil: Cerca de 6,3 milhões de negros 'internalizados' entre 1540 e 1860.
3. EUA: Até 1868, os escravos eram encarados como se 'desprovidos de alma', ou seja, não eram cidadãos, mas 'bens', 'propriedade' - passíveis, pois, de vinculação como garantia bancária.
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