Por Marden Machado
O cineasta americano Brian De Palma pertence à
mesma geração de Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, George Lucas e Steven
Spielberg. Eles, os primeiros formados em Cinema por uma universidade, iniciaram
carreira no final dos anos 1960 e terminaram salvando Hollywood da estagnação
criativa. De todos eles, De Palma sempre foi o mais aplicado na arte de
referenciar grandes filmes e cineastas. Seu diretor favorito é Alfred Hitchcock,
que ele homenageou nos filmes Vestida Para Matar e Dublê de Corpo.
Mas De Palma não se limita à simples citação-homenagem. Ele adora subverter e
recriar a obra original através de um outro ângulo. E é isso que ele faz em
Um Tiro na Noite. A trama, também escrita por ele, se inspira no clássico
Blow Up - Depois Daquele Beijo, de Michelangelo Antonioni. A diferença é
que, ao invés de ter uma foto como ponto de partida, aqui temos um som, mais
especificamente um estouro. A brincadeira já começa no título: blow
out (estouro, em relação ao ruído), que lembra blow up (ampliado, em
relação à foto). Jack Terry (John Travolta) é um técnico de áudio cujo trabalho
é gravar sons especiais para filmes de terror. Certo dia, por acaso, ele grava o
som de um acidente de carro que mata um candidato à presidência e deixa ferida a
amante dele, Sally (Nancy Allen). Ao analisar a gravação, Jack descobre
algo mais um simples estouro de pneu e, a partir daí, tanto sua vida como a de
Sally correm perigo. De Palma nos brinda com um suspense de primeira e refina
seu humor ácido e irônico ao longo de todo o filme. Em especial, na cena final,
quando Terry finalmente encontra o som que tanto procura.
UM TIRO NA NOITE (Blow Out - EUA 1981).
Direção: Brian De Palma. Elenco: John Travolta, Nancy Allen, John Lithgow,
Dennis Franz, Peter Boyden, Curt May e John McMartin. Duração: 107 minutos.
Distribuição: Fox. (Fonte: aqui).
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Vi e revi. Realmente, filmaço.
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