Munch ficou marcado pelo "O Grito". A obra é emblemática, por certo, mas não representa o conjunto da obra do autor. Uma grande exposição na Pinacoteca de Paris visa a lançar nova luz sobre esse artista tão mítico quanto misterioso. Chama-se "O Anti-Grito" (L’Anti-Cri) e vai até 18 de julho. A ideia é restituir a verdadeira dimensão de Munch, que teria sido adulterada pela exagerada notoriedade de sua obra mais conhecida. Na Noruega, ele é considerado o maior pintor de todos os tempos. Pode parecer exagero, mas o mérito da mostra da Pinacoteca, ao propor uma nova leitura da obra do artista, recupera o Munch combativo que, mais do que qualquer outro pintor, foi um homem ‘contra’. Com uma lógica verdadeiramente anarquista, ele se opôs ao impressionismo, ao naturalismo e ao simbolismo para criar uma forma de expressão contrária a tudo aquilo que havia recebido como modelos de sociedade e arte desde a infância. Suas relações mais profundas eram com a literatura e a poesia, e ele se experimentou no cinema, que engatinhava quando já era um pintor consagrado.
(Fonte: Estadão).
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