sábado, 27 de fevereiro de 2010

DATAFOLHA: DILMA SOBE


UM BRINDE AO FENAVIPI


Comentário da brasiliense Cafu no Portal Luis Nassif, em referência a insinuação de um leitor de que se estaria esbanjando dinheiro público para levar em frente o FENAVIPI:

Complexo de vira-latas é dose pra leão. E a indigência espiritual é tão séria quanto a miséria material. Ela só consegue pensar com um cifrão na cabeça. Nem sonha que existem riquezas que – para além das dificuldades da realidade concreta – projetam a verdadeira grandeza da condição humana, da capacidade e do potencial existentes em todos os seres, povos e culturas para criar, resignificar e transformar a vida. A arte é um tesouro dos mais preciosos a ser compartilhado, desfrutado, melhorado e protegido. Alivia as penas, educa a sensibilidade, promove o afeto, a alegria, a comunhão, a criatividade e a inteligência emocional. Quem não enxerga a diferença entre preço e valor jamais entenderá o significado disso.

O Piauí, com todas as suas dificuldades, realiza anualmente dois eventos culturais da maior importância, amplamente reconhecidos aqui e alhures: o Salão Internacional de Humor (considerado a maior exposição a céu aberto do Brasil) e o Festival Internacional do Violão. Sem medo de pensar grande e realizar o melhor que estiver ao alcance, de ser competente e valoroso, de ser referência e tradição. Nem maior nem menor que ninguém, mas um semelhante em plenas condições de contribuir e dialogar com seus pares nacionais e internacionais.

Vai bicho, desafinar o coro dos contentes. Let’s play that. Tintim ! Saúde! Longa vida e um brinde de cajuína cristalina ao VI FENAVIPI. Parabéns Piauí!

SOBRE O FENAVIPI


Comentário de Laura Macedo no Portal Luis Nassif, em resposta a crítica depreciativa feita por um leitor relativamente ao Festival Nacional de Violão do Piauí:

No início da década, o Prof. Cineas Santos, com recursos próprios, inaugurou em nossa cidade a “Oficina da Palavra” – espaço destinado à oferta de cursos, lançamentos de livros, apresentações musicais… A inauguração foi prestigiada pelo violonista (e amigo de Cineas) Turíbio Santos, Hélio Delmiro e a prata da casa, destacando-se, entre outros, o violonista Erisvaldo Borges (aqui residente).

Foi a partir desse evento que se cogitou a realização de um festival de violão em Teresina, cuja 1ª edição em dezembro de 2004 contou com a participação de Turíbio Santos, João Pedro Borges, Guinga, Alencar 7 Cordas e Erisvaldo Borges.

Turíbio e Guinga retornaram em outras edições, muitas vezes com passagens pagas do próprio bolso. Desde então, o FENAVIPI, além dos shows específicos, recitais e ‘masterclass’, patrocina concurso nacional de interpretação violonística, do qual participam candidatos de todo o Brasil e até do exterior.

Muitos bambas do violão brasileiro, além dos citados, passaram pelo FENAVIPI, a exemplo de Nonato Luiz, Marcello Gonçalves, Marco Pereira, Fábio Zanon (várias vezes – encontra-se hoje conosco), Álvaro Henrique, Paulo Inda, Gilson Antunes, Ana Vidovic (croata, pela 1ª vez no Brasil), Sebastião Tapajós, e agora, na 6ª edição, além de Tommy Emmanuel, a chinesa Xuefei Yang (também pela primeira vez no Brasil), que fez hoje à noite um concerto memorável e em homenagem aos brasileiros tocou no final três músicas de Tom Jobim, levando o público ao delírio. Amanhã teremos a estreia do escocês Paul Galbraight. Convém lembrar que violonistas como Carlos Barbosa-Lima (ora em Teresina), reconhecidos mundialmente, cobram valores quase simbólicos a título de cachê, tal o conceito do FENAVIPI.

O grupo idealizador do FENAVIPI sempre lutou contra as dificuldades de ordem financeira mas nem por isso se deixou abater.

A Prefeitura da cidade de Teresina e o Governo do Estado no início apoiavam de forma bem tímida; de dois anos pra cá é que o apoio da Prefeitura se fez sentir com mais intensidade.

O conceito alcançado pelo Prof. Cineas em décadas de atuação e o sucesso da Oficina da Palavra motivaram a Prefeitura a convidá-lo, há cerca de um ano, para presidir a Fundação Cultural Monsenhor Chaves, que cuida da área cultural em nosso meio. O convite nos pareceu pertinente.

O FENAVIPI, por seus méritos e por sua consagração, está definitivamente incorporado ao cenário cultural piauiense e brasileiro.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

SALÃO NA PRAÇA

Caricaturistas em pleno exercício, na Praça Pedro II. Salão Internacional de Humor do Piauí 2007. Em primeiro plano, o cartunista baiano-paulista Gilmar.

Blog do Gilmar: http://gilmaronline.zip.net/ .

JAGUAR




Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe. 1932. Ilustrador, cartunista, escritor. Responsável, via O Pasquim, pelo desengravatamento da escrita jornalística brasileira.

TOMMY E BEATLES

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Na abertura do 6° Festival Nacional de Violão do Piauí, o australiano (radicado nos EUA) Tommy Emmanuel brindou a todos com um show e tanto.

Fotos e gravações não puderam ser feitas. Pincei no youtube performance do violonista com clássicos dos Beatles: Here Comes The Sun, Day Tripper, Lady Madona e outras.
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

QUINTA ESPETACULAR


Esta foi uma espetacular quinta-feira: na abertura do 6° FENAVIPI, exibição da Orquestra de Violões de Teresina.

Em seguida, o violonista e percussionista australiano Tommy Emmanuel. Sensacional e arrebatador. Blues, jazz, spiritual, o escambau. O violão dedilhado com arte inigualável, e o mesmo violão fazendo as vezes de tamborim, zabumba e, pra rimar com escambau, berimbau.

O FENAVIPI começou mandando ver (e ouvir). E promete continuar mandando.

O FATOR BLOGOSFERA


Segundo Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais, circulam diariamente no mundo mais de 539 milhões de exemplares de jornais.

O jornal é a mais antiga das mídias e foi quem inaugurou a disseminação de notícias, espaço ocupado pelo rádio e tv e a cada dia mais fortemente pela Internet.

Levantamento do Instituto Pew Research Center demonstra que somente 4% das informações inovadoras originam-se nas novas mídias (blogs, plataformas de buscas etc).

O papel das novas mídias tem sido, em geral, o de simples replicadoras em escala exponencial dos conteúdos originais, produzidos principalmente pelos jornais (que sozinhos respondem por cerca de 50% de todo o conteúdo noticioso novo).

Haveria uma espécie de apropriação indébita, visto que se vem utilizando informações jornalísticas à revelia de seus autores e sem qualquer remuneração.

Permito-me dizer que esse parece ser o caminho usual: o rádio e a televisão tradicionalmente abastecem-se de matérias de jornais (pelo menos das que lhes interessam), além da produção própria.

Uma coisa é replicar a notícia, outra é analisá-la criticamente, como uma alentada parte da blogosfera vem fazendo.

Exemplo eloquente: o recente imbróglio Eletronet/Folha de São Paulo, posto a nu pelo jornalista Luis Nassif, que assim arrematou: 'O que não se entende é recorrer a manipulações jornalísticas óbvias, sabendo que poderão ser desmascaradas na hora pela blogosfera'.

Eis o calcanhar: no mundo da blogosfera atuante, matérias que no passado gerariam escândalo certo têm vida curta. Isso faz a diferença, e causa um baita incômodo.
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Desenho: Plantu, do Le Monde.

SUMIDO DO MAPA


Kenard Kruel, Dodó Macedo, Laura Macedo, José Elias Area Leão e Genu Morais, na comemoração do 50° aniversário de Kruel - que simplesmente sumiu do mapa, deixando às moscas a Kenard Kaverna.
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Ao que consta, está cuidando de um imóvel rural onde foi detectada fonte de água mineral, recurso que ele estaria planejando explorar comercialmente.
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Tudo bem. Mas isso não deveria servir de pretexto para deixar a Kenard Kaverna fazer água (não há como resistir ao infame trocadilho).

CHARGE DO CÉSAR


Charge de J. César. Diário da Borborema. Campina Grande-PB.

LIVRO DE CARTUM

Reinaldo Baptista Figueiredo. Nenhum parentesco com o general, garantiu-me o cartunista. Reinaldo foi editor do O Pasquim lá nos confins do tempo. Antes de editor (e, depois, de ator/comediante global), o que Reinaldo é é um senhor desenhista de humor, craque no traço e sutil na ideia (ou desbragado quando a sutileza o requer).
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Bebericamos num dos Salões de Humor do Piauí de meados dos anos oitenta. Quero dizer, eu beberiquei umas cervejas, Reinaldo, muitos refrigerantes.

DEU NA LIFE


Life, revista número um dos Estados Unidos, estampa Marilyn na capa. O ano, 1952. A curiosidade: pela primeira vez, dava chamada para o fenômeno OVNI Objeto Voador Não Identificado. Em meio a uma boa jogada de ironia, é verdade, mas de qualquer forma aludindo aos pratos interplanetários (faz lembrar os talheres a que se referia Stanislaw Ponte Preta ao louvar as 'certinhas do Lalau').

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

BENDITA BATATA


Ecos de decisões emanadas do STF e do Conselho Nacional de Justiça:

.governador trancafiado, substituto forçado a jogar a toalha, ambos no rol dos processados por corrupção, improbidade, falsidade ideológica. Atual ocupante em palpos de aranha. Pandemônio distrital;

.magistrados do Mato Grosso e Amazonas aposentados compulsoriamente em face de improbidade, corrupção, distribuição direcionada de processos (no caso do Amazonas). Aposentadoria é primeira etapa; outras punições virão - se as providências forem de fato levadas a efeito.

Como comentou alguém: "A batata está assando, e o cheiro é bom".

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

OLD PHOTO

Riley B. King (1925 - Mississipi). Mudou-se para Memphis, Tennessee, em 1947, com uma guitarra e US$ 2,50 no bolso. Foi lá que ele virou Blues Boy King, o BB King, batizou sua guitarra de 'Lucille' e lançou os hits 'Three O'clock Blues' e 'You Don't Know Me'.

Até hoje circula pelo mundo o Rei do Blues.

ECOS DO CARNAVAL

Pode ter faltado samba no pé na avenida, mas o churrasquinho deu as caras com esmerado estilo. Barra limpa, para usar uma gíria da moda. Churrasquinho com cerveja cai que nem uma luva!

(Foto: coluna 'Porteira', de Francisco Magalhães).

ABBEY FOREVER


O estúdio de gravação Abbey Road, celebrizado pelos Beatles, acaba de ser classificado pelo governo britânico como sítio histórico, visando proteger o santuário da música pop contra quaisquer planos de modificações radicais.

A notícia divulgada na semana passada de que a gravadora EMI, proprietária do estúdio, estaria se preparando para vendê-lo atraiu interesse mundial e suscitou receios de que o local pudesse ser convertido em imóvel residencial.

Em comunicado à imprensa, a ministra da Cultura, Margareth Hodge, disse que a classificação foi dada "com base no mérito histórico do estúdio" e devido a sua "enorme importância cultural".
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O novo status significa que, embora possam ser feitas modificações no interior do imóvel, quaisquer reformas propostas terão que respeitar o caráter e a preservação dele.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

HAICAI LETRADO


A LITERATURA INFANTIL
TRANSPORTA O MUNDO INTEIRO
EM BARQUINHO DE PAPEL

CRIST E A OBESIDADE MÓRBIDA


O BANDOLIM E O TEMPO

Por Ivan Lessa.
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As cinco primeiras linhas de uma pequena nota em jornal brasileiro me deixam de pazes feitas com o Brasil.
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Mencionam o Instituto Jacob do Bandolim. Isto é, há uma entidade dedicada exclusivamente à vida e a obra do homem que, juntamente com mais meia dúzia de outros, colocou o nosso modesto bandolim, filho espúrio de pai italiano, no mais alto nível musical possível.
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A bossa-nova, em matéria de criatividade, não chegou aos pés de nossos choros, chorinhos e chorões. Um cantinho e um violão para uns, um cantinho e um bandolim para outros.

Idealmente, seria o caso de todo mundo no tal cantinho com todos nossos gêneros convivendo em paz e amor, com flor e doce balanço a caminho do mar.

Volto à minha nota só, meu chorinho, a que falava em Instituto Jacob do Bandolim. Infelizmente, ela prosseguia para me informar que a distintíssima instituição estava oferecendo R$ 2 mil por qualquer imagem em vídeo daquele que, na pia batismal, recebeu o nome de Jacob Bittencourt.
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Por quê? Porque só existem sete segundos do Jacob nos arquivos de toda a televisão brasileira. Daí eu troquei de mal de novo com o Brasil e só faço as pazes quando acharem pelo menos 30 minutos de Jacob de Bandolim e que seja antes da posse do Lula.

Vive-se falando da falta de memória do Brasil. Ou pelo menos vivia-se. Vai ver já se esqueceram de que se trata de um problema.

Nós não guardamos nada. É essa danada mania do novo, a mentalidade do "já era", de por em ordem (em geral, quer dizer asfaltar), de progresso (em geral, quer dizer esquecer tudo que passou), de não se chegar a uma conclusão do que é e do que não é importante.

Alguém achava que não era importante o jogo do Brasil contra o Uruguai em 1950? Deve ser por isso que não temos, filmado, nem um minuto do jogo.
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Disco, livro e cinema já preservamos mal e porcamente. De teatro, nem o programa da peça com o Procópio Ferreira. Televisão, possivelmente uma emissora só começou a preservar os vídeos depois que se descobriu que, na Albânia, o pessoal estava interessado em ver e – quem sabe? – talvez houvesse dinheiro na jogada.

Em 1958 ou 59, passei a maior parte de uma noite na casa do pianista Bené Nunes ouvindo Jacob do Bandolim. Infelizmente, eu não tinha sequer um gravadorzinho à mão. Tinha apenas ouvido, coração e a memória, como todo brasileiro. Mais nada.
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(Coluna de Ivan Lessa, publicada na BBC Brasil em dezembro de 2002. Desde então, tudo continua na mesma: ninguém, infelizmente, abiscoitou a recompensa. O bom é que o Institulo Jacob do Bandolim continua firme. E o chorinho, claro, segue célere rumo à imortalidade).

domingo, 21 de fevereiro de 2010

SEM GOOD-BYE, ABBEY


A gravadora EMI, segundo a Agência Reuters, quer manter a posse do estúdio de gravação Abbey Road, imortalizado pelo álbum dos Beatles de mesmo nome, apesar de estar discutindo com outros grupos sobre a revitalização do local.

"Acreditamos que o Abbey Road deve permanecer na posse da EMI", afirmou a gravadora neste domingo.

Milhões de fãs dos Beatles no mundo têm uma ligação sentimental com o estúdio, que também se tornou ponto turístico para os que buscam uma foto da faixa de pedestre que foi a capa do álbum dos Beatles.

(Veja post de ontem, abaixo).

NINA SIMONE

sábado, 20 de fevereiro de 2010

CARTUM NÃO RECICLÁVEL


GOOD-BYE, ABBEY


Os estúdios da Abbey Road foram inaugurados em 1931, pela EMI Music. Sobre eles paira forte aura mitológica, pois lá foram gravados vários álbuns dos Beatles.

Em 2007, a EMI foi incorporada pela Terra Firma Capital Partners, que, atolada em dívidas, vai vender os estúdios Abbey Road, cujo futuro é mais que sombrio.

But, yesterday...

VIVA BABEL

O VivaBabel está prestes a completar quatro anos. Só há alguns meses o descobri. Virou amigo de longa data.

"(...) Música, poemas, pensamentos, notícia aqui, outra ali, descalabro lá, Babel é do mundo, pertencemos à Babel. (...)" - http://www.vivababel.blogspot.com/ .

Parabéns, desde logo, Elizabeth.

SOLDA VÊ TV EM CURITIBA


Solda vê TV em reprise no Café Parangolé

O cartunista Luiz Antonio Solda realiza nesta terça, dia 9 de março, a abertura da temporada de exposições do Café Parangolé em 2010. O cartunista, poeta, cronista e acima de tudo humorista apresenta um “reprise” selecionado de sua legendária coleção Solda vê TV, que reúne trabalhos publicados na imprensa nos anos de 1980 e 1990. A coleção teve uma primeira exposição realizada em 2006, na Gibiteca de Curitiba, acompanhando a super mostra do cartunista argentino Quino.

O artista tenta representar aparelhos de tevê antigos, cheios de botões e antenas, exagerando na representação gráfica. O resultado contém mais de 68 desenhos, em sua maioria em preto e branco. Para a exposição do Parangolé, foram selecionados dez trabalhos que permanecerão à mostra, mais o restante das obras em originais que poderão ser manuseados e adquiridos pelo público, separados em um portfólio especial.

A ideia surgiu em meados da década de 1980, na redação do Jornal do Estado, quando o mestre das artes gráficas Reynaldo Jardim observou esta curiosa série de desenhos que o cartunista preparava, dando-lhe o nome de “Solda vê TV”.

Luiz Antonio Solda nasceu em Itararé, São Paulo, em 1952, e mora em Curitiba desde 1965. Trabalhou em publicidade para algumas das maiores agências do Paraná, além de cartunista, ilustrador e diretor de arte para os mais diversos gêneros de publicação. Jornais como O Estado do Paraná, Diário do Paraná, Voz do Paraná, Tribuna do Paraná, Isso, Jornal do Estado, Correio de Notícias, Scaps, Anexo, Raposa, Ovelha Negra, revistas Quem, Atenção, Los 3 Inimigos e também o lendário e famigerado Pasquim.

Faz parte da Antologia Brasileira de Humor (L&PM Editores, Porto Alegre). Como cartunista ganhou 3 vezes o Salão Internacional de Humor de Piracicaba (1974, 1976 e 1977). Solda é tido como um dos maiores cartunistas do país, reverenciado por nomes que vão do mineiro Ziraldo ao argentino Crist. Transita pelas áreas do jornalismo, da crônica e da literatura com a mesma desenvoltura com que inventa em seu traço inconfundível, e na mesma medida em que ouve e aprecia boa música, especialmente o ska, o reggae e seus afins.

Mantém ainda um blog muito frequentado na internet:http://www.cartunistasolda.blogspot.com/

CHORÕES DO PARÁ


Biratan Porto e Leno Sampaio, paraenses curtidores de artes gráficas e MPB.

Certa ocasião, Biratan me contou que Paulinho da Viola deu uma canja no grupo de choro dele, Bira, em Belém. É pra quem manja.

(Foto pinçada do blog http://biratancartoon.blogspot.com/ ).

PIVETE FALTÃO


NÃO FUI, NÃO VI
MAS SEI BEM
O QUE PERDI

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

PARALELO FORÇADO


O setor público brasileiro está sendo estruturado, após o sucateamento imposto pelo governo anterior. Mas os defensores do Estado Mínimo alertam dia e noite para o aumento das despesas de custeio.

O sonho dos áulicos do neoliberalismo é que o 'Estado se afogue numa banheira', como pregavam os adeptos de Ronald Reagan. É isso que os leva a invocar, agora, a crise financeira da Grécia como sinal do que poderá ocorrer com o Brasil.

O que, afinal, o Brasil tem a ver com a Grécia, que passou dez anos falsificando estatísticas, em conluio com grandes bancos de Wall Street, burlando os controles da União Europeia?

"(...) Atenas incorreu durante uma década, com a ajuda de Wall Street, em práticas que lhe permitiram iludir os limites da dívida estabelecidos por Bruxelas.

Concretamente, uma transação promovida pelo banco de investimento Goldman Sachs permitiu à Grécia ocultar às autoridades supervisoras de Bruxelas uma dívida de milhares de milhões de euros, refere o jornal. (...)" - (The New York Times).

Diante de argumentos tão despropositados, seria lícito ao Brasil até mesmo partir para o deboche. Comparar o Brasil com a Grécia? Pra mim, isso aí é grego.

BARRA LIMPA


"O SOL É O MAIS PODEROSO DETERGENTE."


(Juiz Hugo Black, da Suprema Corte norte-americana, resumindo sua impressão acerca do direito da população às informações, o que o 'Patriotic Act' baixado pelo governo George W. Bush tentava cercear).

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

KENNEDY, THE END

Após seis décadas participando firmemente da política, o clã Kennedy dá adeus. O anúncio foi feito pelo deputado democrata Patrick Kennedy, filho do senador Edward Kennedy, morto em agosto de 2009 e sobre quem disse Patrick:

“A doença tirou a vida do meu mentor e confidente mais estimado, minha fonte máxima de moral e força. Das diversas vidas que ele elevou, até a promessa americana que ele ajudou a elaborar, meu pai me ensinou que o núcleo da política é servir aos outros.”

Enquanto isso, dinastias tupiniquins cuidam de servir-se. (Sem com isso querer dizer que o clã Kennedy era um oásis de virtuosos - e que não saiu de cena por exaustão).

LAN, 85 ANOS



(No alto, cartum, em seguida, capa de disco de Moacyr Luz, e cartum-caricatura de Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta).

PARABÉNS, LAN!



ANTES E DEPOIS DO IBOPE DO MONTENEGRO


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ECOS DOS TAMBORINS


No blog Porteira, do meu amigo Francisco Magalhães, deparo com 'Uma opinião sobre o Carnaval 2010' (a foto acima eu também pesquei lá):

"Olha, pensei em escrever um depoimento sobre o carnaval de Teresina - trabalhei na cobertura dos blocos na Vila Operária, Matinha, Matadouro, Mafuá,Angelim e Buenos Aires.

Mas quando li na edição de hoje do jornal O DIA um texto do jornalista Marco Vilarinho, percebi
não precisar dizer mais nada sobre o assunto, confiram:

- '...um novo formato de carnaval que deu certo. Esta era a frase mais ouvida entre os moradores dos bairros Dirceu, Mocambinho, Parque Piauí e Planalto Uruguai, onde a folia estava concentrada.

A saída do desfile das escolas da avenida Marechal Castelo Branco para as praças dos citados bairros desagradou aos sambistas, mas não ao público...'"

Nada contra. Seria interessante saber: a) quantos moradores foram ouvidos; b) os percentuais de opiniões favoráveis e desfavoráveis; c) os percentuais de sambistas contentes e descontentes; d) a opinião dos moradores dos (inúmeros) demais bairros de Teresina.

GENTE QUER BRILHAR (NA AVENIDA)


As praças são do povo, como a avenida precisa ser das Escolas e do povo.

REIS DO CARNAVAL


Todo Carnaval é assim: tem axé novo da Bahia e arredores, frevo e maracatu de Pernambuco, samba-enredo novo da Escola... E sempre tem o bar e o clube onde rodam os velhos sucessos do Lalá: Linda Morena, O Teu Cabelo Não Nega, os hinos do América, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, São Cristovão... Tem até o Hino do Carnaval Brasileiro.

No próximo Carnaval, os velhos clássicos darão as caras mais uma vez.

E pra louvar o calor de Teresina, tem o Alá-lá-ô de Haroldo Lobo e Nássara, este um dos monstros sagrados da caricatura brasileira.

REIS DO CARNAVAL (II)


Marchinhas de João Roberto Kelly continuaram a pintar nos salões. Sucessos dos remotos anos 1960, como Cabeleira do Zezé e Mulata Bossa Nova, deram as caras. As marchinhas são imortais.

João Roberto Kelly está a pleno vapor. Toca e compõe. No acervo, sambas (como Boato, consagrado por Elza Soares) e jazz com parceiros diversos.

Longa vida para esse rei do Carnaval.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CONVERSA DE BOTEQUIM

- Seu Noel, eu sou garçom e também compositor.

- Compositor? Supimpa.

- Fiz uma letra há pouco, depois de ver o desfile das Escolas. Até sei de cor.

- Desembuche.

- Palmas para Tijuca

para Mangueira

e para Música Popular

Brasileira.

Aplauso, aliás,

veio até do céu:

a Vila desceu colorida

para celebrar Noel


- Você leva jeito. Agora, por gentileza, vá dizer a seu gerente que pendure essa despesa no cabide ali em frente.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

ESPECULAÇÃO CARNAVALESCA


CENAS TERESINENSES


Bumba-meu-boi no Carnaval. Bairro Angelim 1.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

CENAS TERESINENSES

Blocos se mobilizam no bairro Vila Operária, zona norte da Capital.

CENAS TERESINENSES (II)




CENAS TERESINENSES (III)


A COLOMBINA
CRISTALINA
EM TERESINA
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(Cenas colhidas em http://www.cidadeverde.com/porteira/ , de meu amigo Francisco Magalhães).

sábado, 13 de fevereiro de 2010

COMO CHUTAR OS TINFLAS?

Por IVAN LESSA, da BBC Brasil.
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Eu gostaria de ir chutar os tinflas. Há séculos que me mandaram, mais de uma vez, ir chutar os tinflas. Quando eu estava enchendo alguém. Enchendo um outro garoto.

Não fui chutar os tinflas. Como poderia eu ir chutar os tinflas se não sabia nem o que e nem onde ficavam os tinflas. De qualquer forma, seja lá o que fosse que eu estivesse fazendo, eu parava. O bom senso me dizia que era para eu não amolar, não aborrecer, não chatear. Nunca fui, portanto, chutar os tinflas. Chutei bola na praia, na calçada e até mesmo chapinha nas ruas. Os tinflas, não me foi possível. Mas eu gostaria imenso de saber exatamente de que se tratava.

Foram-se os rachas e as peladas, as pernadas pararam, o jogo terminou empatado e eu sei agora, hoje e aqui no Reino Unido, o que quer dizer Go f*** a duck, inclusive sua origem, mas de tinflas blicas, por sinal uma variação disso mesmo que vocês 8 estão pensando. Em poucas palavras, sou chegado à origem de qualquer expressão popular. Presente, passada e futura. Não há dia que eu não dê uma zapeada pela internet para conferir algo que correu ou está correndo como moeda corrente no rico erário de nosso expressionário popular. Nem pensem em conferir. “Expressionário” eu acabei de cunhar. Se quiserem, usem e abusem à vontade, feito o Matte Leão.

Voltando à vaca fria, eu sou chegado a uma origem de expressão popular. Por falar nisso, de acordo com o professor Ari Riboldi, no seu livro O Bode Expiatório, essa expressão é a tradução da muito usada na França "revenons à nos moutons", ou seja, voltemos aos nossos carneiros. Essa frase fazia parte da peça teatral A farsa do Advogado Pathelin, sobre um roubo de carneiros. Esta peça, considerada a primeira comédia da literatura francesa, data do fim da Idade Média, precisamente do ano de 1460. Infelizmente, não se tem conhecimento do seu autor.

Que é o caso de “vá chutar os tinflas”. Virá do francês também? Acho pouco provável. Em todo caso, a curiosidade me persegue há mais de meio século. Outras dúvidas, vou matando e dando graças à informática e à coleção de livros de referência que, através dos anos, fui gutemberguianamente acumulando.

Lá estão na estante da sala os três volumes sobre gírias de nosso Cid Campos, o pesado volume do dicionário de expressões populares de Tomé Cabral, o seminal Geringonça Carioca, o do ilustre Ariel Tacla (cujo simples nome já expressa coisa paca), O Calão de Eduardo Nobre (esse sobre gíria de Portugal) e, ainda, o que mais folheio, o Dicionário Brasileiro de Provérbios, Locuções e Curiosos, do incansável Raymundo Magalhães Júnior. Para não falar das mais de 700 páginas do Dicionário de Gíria de J.B.Serra e Gurgel, já mencionado outro dia por mim e que também pode ser acompanhado via computador no sítio www.cruiser.com.br/gíria.

À guisa de "Almanhaque”, como batizara sua publicação anual o imenso Barão de Itararé, cito uns exemplos enviados há pouco para mim por um mais que dileto amigo, que, por sua vez, recebeu de outro internauta que não entregou o mapa da mina (origem: filme de caubói):

* Jurar de pés juntos – Surgido graças (?) às torturas executadas pela Inquisição.

* Tirar o cavalo da chuva – Século 19. Visita breve, cavalo ao relento. Visita mais prolongada, conselho dado. Vinda de Portugal, claro.

* Dar com os burros n'água – Brasil colonial, tropeiros transportando ouro, café ou cacau corriam o risco de matar os meios de transporte em regiões alagadas. Regiões alagadas preservamos. Burro afogado, com certeza. Ouro, café ou cacau, não juro.

* Barbeiro – No sentido de mau motorista. Também do século 19, quando os barbeiros tiravam dentes, cortavam calos e o que mais fosse. Espécie de modesto clínico geral. Bem mais modesto, levemente mais incompetentes do que os milionários doutores de hoje que operam nariz, bunda e quejandos. Eram mais humildes e destituídos de coluna social.

Termino com o que mais me irrita: à beça. Vem do jurista alagoano (ora se...) Gumercindo Bessa defendendo de maneira copiosa a integridade do Território do Acre e sua não incorporação ao Estado do Amazonas. Como ele é meu único companheiro de rima fácil, não vejo porque numa dessas reformas ortográficas inúteis mudaram para Beça, tacando-lhe uma detestável cedilha. Se me tacarem cedilha no sobrenome e til no prenome, mando não só chutar os tinflas como chuto-lhes os tinflas e em seguida mando bala.

PERDIDO NO CARNAVAL


NÃO TEM NOÇÃO DE NADA
NEM SEQUER SABE ONDE CANTA
O GALO DA MADRUGADA

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

ARRUDAGATE