Depois do anúncio da injeção de setecentos bilhões de dólares no sistema financeiro americano, persistem as incertezas e desconfianças entre analistas/economistas americanos quanto à superação do imbróglio, enquanto cidadãos americanos dirigem mensagens aos grandes jornais questionando a destinação de parcela tão vultosa do dinheiro do contribuinte num momento em que os EUA amargam acentuada carência por investimentos em geral, especialmente em infra-estrutura, e as mazelas daí decorrentes. Como se não bastassem os gastos estratosféricos com a invasão do Iraque e investidas por Afeganistão; enfim, para ser mais abrangente, gastos com o famoso "complexo industrial-militar"...
Mas esse negócio de cidadãos e economistas questionarem Tio Sam é irrelevante. Como diria o neo-con, "é deplorável perceber que dentro de nosso próprio país, a América, haja tantos
traidores da pátria, gente míope que se recusa a entender que seus próprios empregos serão preservados exatamente em razão dessa injeção de dólares no sistema..."
Esqueçamos tudo, porém. Esqueçamos as incertezas, esqueçamos que os neo-cons, espertamente, silenciam acerca da falência do Livre Mercado e só ressaltam a "preservação dos empregos".
Vai ver que Tio Sam, no recôndito da camarinha, é assaltado por dúvidas do tipo "well, well, será que no fundo eu não estaria, com essa dinheirama, fazendo o jogo dos especuladores, que encheram as burras nas bolhas, deixando tudo correr frouxo, numa boa, cientes de que, na hora do pega pra capar, apareceria eu, panacão, pra cobrir o rombo?"
Tio Sam provavelmente pararia com esses pensamentos críticos se deparasse com a chamada de capa da revista Veja desta semana, que mostra o destemido mocinho, dedo em riste, olhar de águia americana, a bradar "EU SALVEI VOCÊ!"
"Thanks, Veja!", exclamaria ele, agora, enfim, seguro pacas.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
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