sexta-feira, 3 de abril de 2015
SWISSLEAKS X ZELOTES: A DISPUTA ENTRE ESCÂNDALOS
"Se, de uma amostra de 342 nomes, pelo menos 100 têm indícios para investigação, significa que estamos diante do maior escândalo de sonegação fiscal da história do país."
(De Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI do Swissleaks/HSBC, sobre declaração prestada em audiência por Jorge Rachid, secretário da Receita Federal.
De fato, esse escândalo pode vir a ser o maior da história, mas um concorrente de peso surge no horizonte: a Operação Zelotes, que apura sonegações fiscais patrocinadas por devedores diversos, autuados pela Receita Federal, mas que se safaram de parte expressiva do ônus mediante a corrupção de integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF -, subordinado ao Ministério da Justiça e encarregado de julgar as contestações apresentadas pelos enquadrados em sonegação fiscal.
Em post de ontem, 2, inserimos a seguinte nota: "Para que se tenha uma ideia do que pode ter sido perpetrado por integrantes do tal CARF: Um ex-presidente do referido conselho é autor de suspeitíssimo email em que oferece seus 'préstimos' a uma empresa autuada, em troca de eventual vantagem. Segundo matéria do UOL, dito servidor atuou no CARF desde 1995, de lá saindo em 2004 - mas uma filha dele ficou lá: é conselheira."
Eis que a Folha acaba de informar: "Quadrilha que lesava o fisco tinha até tabela de preços, diz relatório". E mais: há informações adicionais de gravidade até maior do que a expressa na manchete, das quais é imperioso tomar conhecimento.
Desde quando o CARF vem incorrendo nos crimes? Qual o modus operandi completo? Quem são os sonegadores? Quais os valores atinentes a cada um dos sonegadores? Se um ex-presidente do CARF, envolvido na falcatrua, exerceu o cargo entre 1995 e 2004, quais as autoridades implicadas no caso? Como esse ex-presidente pôde continuar atuando no CARF mesmo após sua saída? A quem competia fiscalizar a atuação do CARF? Por que a imprensa, tão prestimosa em relação a outros escândalos, não oferece a esse o destaque mais do que merecido? Por que o Congresso Nacional até o momento nem sequer fala em CPI?).
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