sábado, 25 de abril de 2015
PETROBRAS, A VOLTA POR CIMA
Por que a Petrobras sobe tanto?
Por Fernando Brito
Sem que isso renda, claro, algum tipo de manchete, segue acima de qualquer expectativa a valorização das ações da Petrobras.
No momento em que escrevo, passa de US$ 10 o valor da ADR da empresa em Nova York e a ação ordinária toca os R$ 15 na Bovespa.
Há pouco mais de um mês estes valores eram pouco mais da metade.
Há razões objetivas – aliás, válidas para a Vale, também –, essencialmente a elevação do preço do petróleo (como a do minério de ferro), e razões subjetivas.
Entre estas, a razão é que a campanha de terror sobre a empresa atirou para muito mais baixo o valor de seus papéis, com os espertalhões gritando “vendam, vendam!” e deprimindo preços.
Todo o mercado sabe que aquilo que o balanço da empresa divulgou é muito menos importante como reflexo da realidade econômica da empresa do que como o “preço” que a empresa pagou – o real e o de percepção – por um ano de bombardeio impiedoso.
Da mesma maneira, não se pode fazer projeções irresponsáveis com a disparada das ações da empresa.
Há muito movimento de curto prazo, com gente realizando lucros de compra na baixa ou zerando suas posições, que estiveram desesperadoras nos piores momentos.
Mas é fato que estes têm encontrado compradores.
Hoje, a Fitch seguiu a Standard & Poors e retirou a perspectiva de revisão (evidente que para pior) da Petrobras.
Curioso, não é?, que uma empresa que corta seu patrimônio e anuncia prejuízos seja vista com este “otimismo” pelo mercado.
“Enxugamento” da Petrobras e redução (ou postergação) de investimentos e alienação de ativos menos rentáveis eram todos previsíveis desde a queda dos preços do petróleo.
O “mercado” é muito mais esperto que a imprensa. A especulação com a Petrobras não terminou: vai ter alguns dias de “sinal trocado” para tomar (mais) dinheiro dos incautos.
A Petrobras, como o Brasil, precisa voltar à normalidade. (Fonte: aqui).
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Enquanto a campanha contra a Petrobras seguia de vento em popa, com a grande mídia estampando a cada dia manchetes garrafais contra a empresa, o bilionário investidor (alguns preferem a palavra especulador) norte-americano Warren Buffett determinava a seus assessores que comprassem montanhas de ações da companhia, aproveitando as baixas cotações dos títulos.
Buffett, conhecido exatamente por dominar a arte de auferir elevados lucros a partir da identificação de oportunidades surgidas mundo afora, acertou mais uma: está, como dizem, ganhando os tubos. (Mas essa, convenhamos, não configurou desafio de vulto. Afinal, para quem conta com reservas petrolíferas tão pujantes e não foi autor, mas vítima de danos causados por funcionários corruptos, já devidamente afastados, a luz do túnel era questão de tempo).
Além do início da fantástica reação da Petrobras, cumpre ressaltar o fato de que a superação acontece sem que a empresa tenha sido compelida a sacrificar o pré-sal e o regime de partilha, dois de seus mais preciosos trunfos. Dela e do Brasil.
Agora é partir para a consolidação da volta por cima, com prioridade para a retomada das obras/investimentos.
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