quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

SOBRE O FILME KASA BRANCA

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Como Ganhar o Céu Antes Que a Avó Morra.
Sobre o filme 'Kasa Branca' (já nos cinemas).


Por Carlos Alberto Mattos

Kasa Branca
 é um filme com mensagem bem definida: os jovens pobres da periferia carioca são solidários entre si, explorados por uma polícia corrupta, amedrontados pela milícia, têm comportamento libertário, veia artística e interesse por sua ancestralidade africana. Eventualmente, podem roubar uma farmácia, mas é por um bem maior. Afinal, é preciso providenciar os remédios e as fraldas geriátricas para Dona Almerinda, a avó de Dé. que está com demência avançada.

Ao contrário do personagem do blockbuster tailandês Como Ganhar Milhões Antes que a Avó Morra, também em cartaz no Brasil, Dé se desdobra para cuidar da avó sem mirar qualquer recompensa. Sozinho, com um pai afastado há muito tempo, ele só conta com seus três fiéis amigos para o corre do dia a dia. Levar a avó numa cadeira de rodas para se distrair com os trens que passam sob a passarela lhe custa bem menos que manter o aluguel em dia e conseguir atendimento no hospital.

O roteiro do diretor Luciano Vidigal não deixa de lado nenhum clichê positivo da vida em comunidade, incluindo a supremacia dos afetos e os acordos e negociações que permitem tocar a vida adiante e ter alguma alegria em meio às dificuldades. É preciso “dançar para a vida”, como ensina a personagem de Roberta Rodrigues.

Kasa Branca se beneficia da simpatia irradiada pelas produções do Nós do Morro e por uma fatura técnica esmerada. No entanto, o caráter explicativo de muitos diálogos e as delongas de ritmo prejudicam bastante a fluência do enredo. Além disso, é sempre problemático refutar a estigmatização com as ferramentas da idealização e do sentimentalismo.  -  (Fonte: Blog Carmattos - Aqui).

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"...o caráter explicativo de muitos diálogos e as delongas de ritmo prejudicam bastante a fluência do enredo. Além disso, é sempre problemático refutar a estigmatização com as ferramentas da idealização e do sentimentalismo."

O que não nos demove da vontade de ver o filme - até porque estamos carentes de umas pitadas de sentimentalismo.

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