“A sensação na Argentina hoje é de que Milei presidente é algo inevitável”, avalia Gerardo Aboy Carlés, cientista político e professor da Universidade Nacional de San Martin, na região de Buenos Aires.
O país decide hoje se elege o candidato de extrema direita ou outros candidatos de partidos tradicionais: Patricia Bullrich, da agremiação Juntos por el Cambio (direita), ou Sergio Massa, atual ministro da Economia.
Mas para o especialista em populismo na Argentina, é preciso desconfiar do catastrofismo. “Domingo, uma parte considerável do país espera chuva. Mas à tarde, se houver um aumento da presença nas urnas e quem são os ausentes nas urnas… Presume-se que são também a população de maior idade.”
“Nesse setor de idosos, Bullrich é uma opção muito boa, Massa não lhes parece ruim, mas têm uma visão muito ruim de Milei.”
Ainda assim, a ascensão do jornalista e deputado traduz uma confluência de fatores históricos e de uma conjuntura explosiva.
“A pobreza é extrema, atingindo quase 50% da população. A inflação é galopante, a insegurança através do narcotráfico, roubos e outros crimes que se expandiram nos principais centros urbanos”, enumera Hugo Quiroga, membro da Academia de Ciências Morais e Políticas da Argentina.
“Um ponto importante é o divórcio entre política e sociedade. Acrescentou-se uma desconfiança de boa parte da sociedade”.
Ao Diário do Centro do Mundo, ambos destacados intelectuais do país mostram como o “outsider” antipolítico é, na verdade, uma espécie de sequência lógica dos limites das políticas sociais do país do século XX aos dias atuais.
Eles indicam uma diversidade de sentimentos na sociedade argentina, que vão da apatia à preocupação, num cenário muito mais aberto do que se pensa.
(Para conferir as respostas de cada um dos analistas políticos às indagações do DCM, clique Aqui).
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