Basta uma mulher morta para que o julgamento póstumo da Folha lhe recaia sobre os ombros.
Quando a icônica Gloria Maria morreu, o portal publicou que ela “fazia de tudo pra esconder a idade”.
Com Rita Lee não foi diferente. Publicaram uma matéria vergonhosa: “Rita Lee, rebelde desde a infância, se deixou guiar por drogas e discos voadores”.
E agora, diante da morte da atriz Aracy Balabanian, fez questão de destacar que ela “fez aborto e não quis casar e ter filhos para cuidar da carreira.” (foto em destaque).
Além de massacrar mulheres mesmo depois de mortas, a Folha demonstra, mais uma vez, sua face conservadora e arcaica ao condenar uma mulher por preferir sua carreira à vida de dona de casa.
Qual o problema de uma mulher fazer um aborto simplesmente porque não deseja ser mãe? Qual é o problema de uma mulher escolher sua carreira a uma vida dedicada à família? Para a Folha, aparentemente, estamos no século XIV.
Sobretudo este portal que já errou tantas vezes e nunca se desculpou agora não faz nenhuma questão de esconder a própria misoginia.
As mulheres deste país não têm um minuto de paz, nem depois de mortas. A razão não pode ser outra a não ser a nossa velha conhecida misoginia do jornal dos Frias.
Quanto às vivas, a Folha as odeia em segredo.
Deixem as mulheres em paz."
(De Nathalí Macedo, do site Diário do Centro do Mundo, artigo intitulado "Rita Lee, Glória Maria, Aracy... Qual o problema da Folha com mulheres mortas", publicado no referido site.
O porta-voz da Folha poderia divulgar nota rebatendo os argumentos da crítica, mas descarta a ideia, por ociosa, certamente por considerar que os fatos nada têm a ver com ficção. Mas, e as boas ocorrências que foram omitidas?).
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