Um áudio enviado pelo ex-major do Exército Ailton Barros, aliado de Mauro Cid, deve ser investigado pela Polícia Federal por suspeitas de um plano de golpe de Estado. Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, também é militar.
A mensagem de áudio, que Barros afirma ter gravado em 15 de dezembro de 2022, poucos dias antes de Bolsonaro deixar o mandato, foi enviada a Cid e propõe um plano de golpe.
A transcrição do áudio foi inicialmente divulgada pela CNN Brasil e a TV Globo também teve acesso à mensagem. Barros começa explicando o “conceito da operação”.
“Conceito da operação. Então, hoje já é 0h59 de quinta feira, dia 15 de dezembro. É o seguinte: entre hoje e amanhã, sexta feira, continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que ele tem que fazer”, afirmou o ex-major.
Ele prossegue:
“Até amanhã a tarde, ele [o comandante] aderindo bem, ele faça um pronunciamento. Então, é... Se posicionando dessa maneira, para a defesa do povo brasileiro. E se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa, que você viu, né, eu não preciso falar, que está abalada, em todo o Brasil”.
Posteriormente, no mesmo áudio, Barros diz que “na segunda-feira tem que ser lida a portaria ou as portarias, o decreto ou os decretos de garantia da lei e da ordem e botar as Forças Armadas, cujo comandante do supremo é o presidente da República, para agir”.
Não há informações sobre eventual resposta de Cid. - (Aqui).
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As coisas vão acontecendo em ritmo cadenciado: um registro aqui, uma informação adicional acolá, um áudio providencial no centro das atenções, todo o acerve lançando nas costas de Cid e coadjuvantes menores o peso das iniciativas e responsabilidades. Não será surpresa a assunção, pelo ajudante, dos atos e danos totais. Alguém, na tarde de ontem, cunhou a, digamos, enigmática observação "parece armação". Após ler mais e mais, meditar mais, pesar prós e contras, ocorre-nos dizer: "Armação faz sentido".
A meticulosa investigação por parte da PF assume, em decorrência, significado especial.
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