sábado, 27 de maio de 2023

"A HISTORIA DO BRASIL ESTÁ POSTA NA CPI DO MST"


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A História da CPI do MST é a História do Brasil. A história das Capitanias Hereditárias, da Casa Grande e Senzala, da falta de direitos, do resto de comida do prato do patrão para os empregados, dos salários retidos pelo senhor da casa para "investir" para o empregado, e o dinheiro some.

É a história do servilismo, do beija-mão, da divinização do rico, da arrogância do dinheiro, da violência rural e urbana, da ausência da compaixão.

A História da CPI é o Brasil implacável com os pequenos, é a perversidade sem limites. São os que invadem, fuzilam, incendeiam e matam. Grileiros 'master plus', de robe de chambre e foulard, que, depois de se apossarem na mão grande e armada dos terrenos dos posseiros miseráveis, explodem rolhas de champagne para celebrar "a aquisição".

É a tragédia brasileira, uma história com começo, meio e sem fim.

É essa História do Brasil que está posta na CPI do MST. Esperamos que nossos parlamentares tenham esta clara visão e a coragem de ir à raiz - já que falamos em terras pra plantar - dessa plantação maligna de parasitas da Terra, que se apossam do que não lhes pertence para multiplicar latifúndios maiores do que países estrangeiros. Os verdadeiros salteadores do campo. Em terras sem lei, vale a lei deles, dos mais fortes, os homens com espingardas, metralhadoras, fuzis, em confronto com os trabalhadores munidos de enxadas, pás, ancinhos.

Esta é a Comissão Parlamentar de Inquérito do Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro. Ave, Glauber Rocha!"




(Da jornalista Hildegard Angel, texto sob o título "A CPI DA HISTÓRIA DO BRASIL", publicado no 247Aqui.

A jornalista - ex-atriz - é filha da estilista Zuzu Angel e irmã do militante político Stuart Angel Jones.

AVE, HILDE!).

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.Comentário De Uma Leitora

"Hildegard, não ensinam nas escolas a história da apropriação das terras no Brasil, desde as Sesmarias, uma história que deu origem à nossa enorme desigualdade. Quando voltei de estadia em aldeia indígena, região do rio Araguaia, no fim dos anos 70, pesquisei a origem das fazendas que cercavam o território indígena e invadiam partes dele, era exatamente assim como descreveu: apropriação através da violência, tratores passando por cima de casas de posseiros, queimadas, assassinatos, jagunços e tudo o mais. Àquela altura, havia fazendas que estavam no nome inclusive de bancos, aqueles bonitões da av. Paulista. O cartório da região pegava fogo sempre que era necessário dar fim aos documentos que mostravam a "venda" de "terra por andares", como se falava. Não esqueço de uma colega de faculdade que admirava a enorme e linda fazenda do avô, onde costumava passar férias. Como fazíamos ciências sociais na USP e tínhamos matéria sobre a questão da terra, ela resolveu conhecer a origem e história da terra do avô "empreendedor". Indignada, nunca mais voltou à fazenda." (Renata).

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