.
Na avaliação do ministro do STF, a operação ‘era um projeto político de viés totalitário’
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, atribui a crise da democracia brasileira aos excessos cometidos pela operação Lava Jato. Para o magistrado, havia um projeto de poder por trás da atuação do ex-juiz Sergio Moro e de procuradores, como Deltan Dallagnol.
“A Lava-Jato é pai e mãe desta situação política a que chegamos. Na medida em que você elimina as forças políticas tradicionais, se dá ensejo ao surgimento — a política, como tudo no mundo, detesta vácuo — de novas forças”, afirmou o ministro em entrevista ao Correio Braziliense publicada neste domingo 26. Para ele, a operação “praticamente destruiu o sistema político brasileiro, os quadros representativos foram atingidos”.
“O Brasil produziu uma situação muito estranha. Além de sede de poder, veja que todos hoje são candidatos. Moro é candidato, a mulher é candidata, Dallagnol é candidato”, acrescentou Mendes. - (Aqui).
................
A Lava Jato, ex queridinha de tantos mas ainda na doce memória de alguns, é feito fogo no monturo: está lá a montanha de lixo; de repente, começa a subir fumaça de determinado ponto: é ela, a Lava Jato, estrebuchando.
Convém lembrar, preliminarmente, que o decano (ora eventualmente interessado em meter o Brasil no alçapão do semi-presidencialismo, em sintonia com o presidente do orçamento secreto, queremos dizer, da Câmara dos Deputados, Arthur Lira) jamais perdoará o iluminado Moro a desfeita de utilizá-lo para cercear o ex-presidente Lula no episódio de sua anunciada nomeação para a Casa Civil do governo Dilma: a gravação - de trâmite The Flash - de contato telefônico Dilma-Lula, controversa na origem, foi ilegal em si mesma, visto que feita quando o prazo de autorização para gravações já havia expirado; não obstante, Lava Jato e mídia global direcionaram seus holofotes para o ministro relator Gilmar pleiteando imediato despacho cerceador de sua lavra, obtendo sucesso. Só depois é que o relator se deu conta de haver caído numa armadilha - e, com razão, deplorou.
Dito isso, atente-se para:
(a) revelações de "The Intercept" sobre tramoias da força-tarefa; TCU cobrando líderes da força por diárias fraudulentas;
(b) psicose em incriminar o ex-presidente a partir de delações de presos, nem que se impusesse o recurso a fórceps: "Ou dá ou desce!"; "Inventa aí qualquer coisa, caso contrário pegarás todas as penas máximas!";
(c) a Fundação Lava Jato, 'bancável' com dinheirama originária de departamento(s) de Estado dos EUA a partir de multa bilionária paga pela Petrobrás: a ideia era se comportar como verdadeiro 'think tank', patrocinando cursos, palestras, candidaturas políticas etc. Consta que Deltan Dallagnol chegou a manter tratativas com banco público para abrir contas, já de posse do "de acordo" judicial (juíza Hardt) quanto à 'legitimidade jurídica' da 'fundação'.
Felizmente a Lava Jato deu com os burros n'água: o Supremo (ministro Alexandre de Moraes) cortou as asas da tal 'entidade' - que era, sim, inspirada em propósitos totalitários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário