quinta-feira, 25 de junho de 2020

BRASIL PANDÊMICO: SEGUE CÉLERE O FLAGELO CORONAVÍRUS


"Repetidas vezes alertou-se para a insanidade de 'flexibilizar' o já pequeno isolamento social que se impôs às cidades brasileiras, pelo risco – ou quase certeza – de que as infecções e mortes pelo novo coronavírus recrudesceria.
Não é preciso esperar mais para verificar que isso aconteceu e se soma à disparada no número de casos e de mortes nas áreas do Sul e do Centro-Oeste que, até poucas semanas, tinha um número baixo de casos, comparado a Rio, São Paulo e estados do Norte e do Nordeste. (...)."
É assim que se expressa, inicialmente, o analista Fernando Brito, titular do Blog Tijolaço, em seu post intitulado "Números estaduais provam que epidemia segue crescendo. E muito" (Aqui). Estão lá os gráficos que demonstram o trágico agravamento da pandemia por Estados da Federação - com destaque para a evolução em Minas Gerais, até há pouco o oásis Brasil -, para arrematar:
"...Portanto, não é 'adivinhação' o fato de que a crise vai se agudizar e não estamos longe de passar a registrar 2 mil ou até mais mortes por dia.
E, por conseguinte, de termos de voltar atrás – e desta vez em pânico – da revogação das medidas de relaxamento, em ambos os sentidos que a palavra tem, com a saúde pública."
Pois eis que, para encerrar o dia de São João de modo mais 'down' ainda, ao fim do dia o mesmo jornalista resume o drama Brasil ("Brincando de matar" - Aqui):
"De O Globo, agora há pouco:
Ao contrário de um 'certo platô' na notificação de casos de Covid-19 no Brasil, o Ministério da Saúde destacou que houve uma curva elevada na última semana epidemiológica (14 a 20 de junho), em relação ao mesmo período anterior (7 a 13 de junho). A média diária semanal passou 25.381 para 31.009 no período.
— Parecia que a curva estava chegando a um certo platô, e entre a semana 24ª para 25ª, tivemos um aumento de 22% — aponta Arnaldo Correia, Secretário de Vigilância em Saúde da pasta, em coletiva de imprensa.
É inacreditável que autoridades sanitárias, ainda mais com o título de 'Vigilância em Saúde', venham dizer hoje o que todos já sabem há tanto tempo.
E que será maior na próxima semana epidemiológica, acima de 37 mil.
E não dá mesmo para pensar até que ponto pode chegar. A Universidade de Washington, nas suas projeções, estima que o número de mortes, se continuarem as medias de relaxamento, podem ficar entre 239 mil e 480 mil mortes até 1° de outubro.
Isso quer dizer que, nas contas deles, ultrapassaremos os próprios Estados Unidos, com uma população 50% maior, em número de mortes até aquela data.
Enquanto isso estamos brincado de anunciar planos de relaxamento, inclusive a volta das crianças às aulas. (...)."

De repente, nos vem à mente a inacreditável situação vivenciada por Bérgamo, cidade italiana que no auge da pandemia de coronavírus naquele país se tornou dramática em face da negligência estatal ao ceder à pressão das classes empresariais, ávidas por faturamento - o que é/seria plenamente compreensível (Aqui), mas exigiria coordenação firme das autoridades. O que esperar, afinal, de um país como o Brasil, há mais de um mês desprovido de ministro da Saúde e em que a autoridade central é indiferente à sua intransferível obrigação de conduzir de forma sensata e centralizada essa angustiante matéria?

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