sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

PARA SAIR DA CRISE


Stiglitz: "Austeridade não é solução" para a retomada da economia

O economista norte-americano Joseph Stiglitz acredita que a Europa e os Estados Unidos estão "a seguir um caminho errado", porque "a austeridade quase nunca funciona" para reanimar as economias.

"A Europa tem de perceber que a austeridade não é solução. O crescimento não aparece sem assistência externa", disse Stiglitz, prêmio Nobel da Economia em 2001, durante o IV congresso da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), (...) em Lisboa.

Stiglitz considera que o mais recente plano europeu de combate à crise, atingido numa cimeira em dezembro, "parece focar-se apenas em austeridade". Para o Nobel, a insistência no rigor orçamental parece destinada a evitar "a próxima crise" em vez de combater a atual.

"A Europa não devia estar a pensar na próxima crise mas sim nesta", disse Stiglitz, acrescentando que "não ter déficits não (vai) evitar a próxima crise - lembrem-se que a Espanha e a Irlanda tinham orçamentos equilibrados".

Para Stiglitz, os problemas da Europa estão radicados num "conjunto de ideias sobre como fazer os mercados funcionar", e que "estavam em voga" na altura em que foi assinado o tratado de Maastricht (1992).

"Esses pontos de vista estavam na moda na altura, foram desacreditados, sobretudo à luz de crise de 2008", afirmou. "A diferença entre os EUA e a Europa é que na Europa muitas destas ideias foram integradas na estrutura das instituições comunitárias".

Uma dessas ideias "desacreditadas" é ter um banco central cuja grande prioridade é o controle da inflação.

"A inflação é importante, mas não é a única coisa que importa. Os riscos econômicos associados à inflação são grandes, mas são minúsculos comprados aos problemas associados a uma falha sistêmica da economia", afirmou Stiglitz. (Fonte: jornal Expresso, de Portugal, e blog Luis Nassif)

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Aumentar impostos, reduzir investimentos públicos, privatizar estatais, cortar benefícios - e por aí vai a austeridade. Enquanto isso, o desespero bate à porta de lares gregos, portugueses, espanhóis, islandeses, ingleses...

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