sábado, 13 de julho de 2013

SOBRE SAÚDE

Adib Jatene.

"Brasil precisa de médico especialista em gente"

O cardiologista e ex-ministro da Saúde Adib Jatene, que preside uma comissão que auxiliou o governo na formulação do projeto para a mudança do ensino médico, defende a proposta apresentada ontem pela presidente Dilma:

O que o sr. achou das mudanças propostas para a mudança do ensino médico?
O ensino médico está formando candidatos à residência médica. Isso estimula a especialização precoce. Precisamos formar um médico capaz de atender a população sem usar a alta tecnologia. O médico precisa se transformar num especialista de gente.

E como ficará a supervisão?
É a própria faculdade de medicina que cuidará disso. A proposta [original] é que ele fique dois anos no Estado (em) que se formou, supervisionado pela faculdade. A escola vai fazer parte do sistema de saúde, não simplesmente dar o diploma. Com telemedicina e teleconferência fica fácil.

O sr. foi consultado sobre isso?
Vínhamos trabalhando nessa proposta, mas não sabíamos que já seria anunciada. O ministro Mercadante me telefonou dizendo que a presidenta Dilma iria anunciar, mas não deu maiores detalhes. Mas parece que está está dentro dos princípios.

A proposta era mesmo de aumentar para oito anos?
Sim. Quando me formei em medicina, em 1953, o curso já era de seis anos, e o conhecimento era muito pequeno. Hoje é colossal e o curso continua de seis anos.

E em relação à política para fixar médicos no interior?
Municípios pequenos deveriam integrar um consórcio para uso de alta tecnologia. Precisam, porém de um médico polivalente, que atenda de parto a uma emergência. (fonte: aqui).

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A avaliação acima respalda as iniciativas recentemente adotadas pelo governo federal na área da saúde. 

2 comentários:

Sílvio Macêdo disse...

Grande Dodó me questiono se serão os médicos polivalentes que serão enviados para o interior, se os municípios estão consorciados para a implantação da tecnologia , se as secretarias municipais de saúde estão capacitadas para gerir este sistema . Atualmente as prefeituras municipais com boas exceções são geridas como entes privados conduzidas pela vontade de políticos que não tem compromisso com a saúde da população , que manipulam a saúde como moeda de barganha política . Espero que os jovens médicos, ou os que se aventurarem não sejam abandonados a própia sorte, responsabilizados por um sistema que não tem como prioridade a saúde da população carente . Abração!

Dodó Macedo disse...

Alô, Silvinho,

Muito bom o seu comentário. O tema é preocupante, haja vista a 'tradição' imperante. O que se espera, parece-me, é que o próprio médico mobilize as lideranças comunitárias no sentido de pressionar os gestores a dotarem as unidades assistenciais de condições adequadas de atendimento. O Brasil está dando mostras de que abandonou a postura dos braços cruzados; que esse espírito de luta se alastre pelos municípios.
Grande abraço.