quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

DITAFOLHA


Na edição do dia 17, o jornal Folha de São Paulo afirmou, em editorial: "(...). Mas, se as chamadas 'DITABRANDAS' - caso do Brasil entre 1964 e 1985 - partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituiam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça (...)"

Desde então, o uso do dito DITABRANDA para designar a ditadura reinante no período citado não mereceu o mais tímido protesto na chamada grande imprensa - salvo um artigo, de 24.02, de autoria de Fernando Barros e Silva, publicado no próprio jornal.

Ficamos assim, com o beneplácito da grande impresa: como houve outras ditaduras mais perniciosas, como a de Stalin, que matou mais de vinte milhões de pessoas, o epíteto "ditadura" fica restrito aos regimes desse nível, revogadas as opiniões em sentido contrário dos que lembram Herzog, Fiel Filho e outros, bem como a suspensão do instituto do habeas corpus, da censura à imprensa, da cassação de direitos políticos, exílios e quejandos.

Ainda bem que ressoam, ainda, as palavras da profa. Maria Victoria de Mesquita Benevides, em carta dirigida ao benevolente jornalão: "...pelo mesmo critério editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi 'doce' se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala - que horror!".
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PANO RÁPIDO!

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