sexta-feira, 26 de março de 2021

EM FACE DE CÂNDIDA, AUTO-ELOGIOSA NOTA DO EX-JUIZ MORO A PROPÓSITO DE SUA SUSPEIÇÃO


Flashes de matérias sobre a desmoralização do ex-juiz Moro/Lava Jato Curitiba, imposta pela Segunda Turma do STF em face do acatamento de HC interposto pela defesa do ex-presidente Lula, em que foi arguida a suspeição do ex magistrado, por ter agido com parcialidade. Uma vez que a virtuosa Globo - aliada a outros veículos - continua a bancar sua bandeira de luta pela Presidência da República, tendo divulgado em seus principais programas uma iluminada, humilde, emocionada NOTA subscrita por Moro, na qual, por exemplo, ressalta que a Lava Jato recuperou algo em torno de 4 BI do dinheiro surrupiado, mas nada fala sobre os estimados 172 BI de perdas para a economia brasileira - segundo analistas da CUT/DIEESE - que a Lava Jato impôs ao Brasil (desemprego, sucateamento de polos petroquímicos [RS, RJ etc], 'break' de empresas brasileiras no exterior, 'armação' de prejuízo bilionário à Petrobras para 'cala boca' de acionistas norte-americanos e especuladores da bolsa de Nova York, etc, etc). É certo que o consórcio que apoiou Moro vai manter-se firme e solidário, aconteça o que acontecer ao ex-Super-Herói, mas é igualmente certo que o ex-juiz passou a ser figurinha carimbada de julgador execrável nos implacáveis anais da História.

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- I)  "...A nota foi lida quase na íntegra por William Bonner no finalzinho do Jornal Nacional, como forma de insistir no lançamento da candidatura de Moro à presidência do Brasil com o tema do combate à corrupção.
 
Quando afirma na nota que "a preocupação deve ser com o presente e com o futuro", Moro quer que joguemos fora o passado, esse mesmo passado que foi condenado ontem pelo STF, quando agiu como um juiz corrupto, parcial durante todo o processo contra Lula. 
 
Mas não apenas contra Lula. Ainda juiz, a seis dias do primeiro turno da eleição presidencial, Moro trouxe novamente a público as delações falsas e sem provas de Antonio Palocci, que sabia serem fracas e imprestáveis, para prejudicar a candidatura de Fernando Haddad e favorecer Jair Bolsonaro, com quem já estava comprometido politicamente e de quem virou ministro.
 
A ação de Moro foi destacada por Bolsonaro em discurso:
"Se essa missão dele não fosse bem cumprida, eu também não estaria aqui, então em parte o que acontece na política do Brasil, devemos a Sergio Moro", disse Bolsonaro. [UOL]
O que é a corrupção de alguém comparada a um juiz corrupto a julgá-la? (...)".

(De Antonio Mello  -  "Moro continua a falar em corrupção, mas existe corrupção maior do que usar o cargo de juiz para seus objetivos políticos?"  -  Blog do Mello - 24.08  -  Aqui).

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- II) 
 "...a ministra Cármen Lúcia lembrou que a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, garantiu a todos um julgamento justo e imparcial. Processos inquisitoriais, em que o juiz se confunde com a acusação, atentam contra as bases da democracia.

A professora Eloísa Machado de Almeida, da FGV Direito SP, diz que o Supremo demorou a reconhecer a suspeição de Moro. “Era inevitável que o tribunal fizesse isso, depois de chancelar por tanto tempo os erros e abusos da Lava-Jato”, afirma.

Ela considera que a operação está “pagando por seus deméritos”. “Muita gente séria avisou que isso iria acontecer. Os fatos levam a crer que Moro não estava fazendo Justiça. Ele foi um juiz parcial, que direcionou os processos por interesse próprio”, sentencia. (...)".

(De Bernardo Mello Franco - "A Corrupção de Moro":  "A pretexto de combater a corrupção, ele fez política com a toga e corrompeu o sistema Judicial"  -  O Globo, 24.03.21  -  Aqui).

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- III)  "A maioria dos colunistas e parte do próprio noticiário da Folha de S. Paulo têm mostrado que Bolsonaro ficou assustado com a devolução dos direitos políticos do ex-presidente Lula, a ponto de defender a vacina e usar máscara, contrariando sua própria natureza de negacionista. Mas o que ficou claro nos dois últimos dias é que também a Folha está com medo de um Lula que, com suas condenações anuladas e diante da justa e provável declaração de suspeição de Moro pelo STF, retoma seu protagonismo natural na política brasileira e pode ser ele mesmo candidato à presidência e/ou liderar um processo de reconquista da democracia e reconstrução do país.

Na edição de domingo, a Folha fabricou um longo texto cujo único objetivo é tentar manter a perseguição jurídica movida contra o ex-presidente Lula, na contramão da decisão e da tendência do STF. O jornal produziu uma espécie de “cozido” em que mistura e repete todas as acusações forjadas, fabricadas e inventadas no contexto do lawfare promovido para me destituir do governo e, depois, impedir Lula de ser candidato a presidente em 2018, quando era favorito.

A Folha destaca processos que nunca tiveram andamento, inquéritos que não prosseguiram porque Lula sequer foi interrogado, acusações que prescreveram, ações que foram arquivadas por falta de provas a pedido do ministério público, denúncias rejeitadas, por ineptas, pela Justiça federal e até pelo TRF-3. A intenção óbvia é manter a narrativa midiática persecutória que a própria Folha construiu, junto com o resto da mídia comercial brasileira.

A fragilidade do texto publicado domingo só é superada pela grosseira manipulação de uma pesquisa que a Folha mandou seu instituto de opinião fabricar sob medida para ser manchete da edição desta segunda-feira. Nesta pesquisa, o Datafolha transforma os seus cerca de 2 dois mil entrevistados em juristas amadores, porque os induz, de maneira totalmente indevida e absurda, a se colocar no papel de juízes para decidir se Lula é culpado ou inocente num dos julgamentos a que foi submetido. Justamente o julgamento que o STF acaba de declarar nulo, sem valor jurídico.

Com esta inovação metodológica, a Folha transforma o julgamento de um cidadão pelo Poder Judiciário numa imitação barata de paredão do BBB. Obriga leigos a prolatar sentenças por telefone, como se fossem juízes, mesmo sem terem sequer tido condições de ler os processos. E fabrica sob medida uma pesquisa para ser replicada no Jornal Nacional e na Rede Globo.

Com a Lava Jato desmoralizada pelo vazamento legalmente autorizado de seus abusos e com a decisão do ministro Fachin, a Folha assume o papel de viúva inconsolável de Moro. Espera com isso influenciar no julgamento da suspeição do juiz, buscando absolver quem liderou crimes contra a imparcialidade da justiça e o sagrado direito de defesa. Assim, a Folha se volta para a manipulação mais descarada e culpa Lula. Pratica essa ignomínia porque tem medo. O medo ao ex-presidente Lula leva a Folha ao desespero. E o desespero faz a Folha querer, novamente, interditá-lo. Mais uma vez subestima a inteligência e a memória do povo deste País."

(De Dilma Rousseff  -  "A Folha tem medo de Lula"  -  Site do PT, reproduzido pelo Blog do Mello  -  Aqui).

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