'Alguém tire o telefone da mão dele, rápido': tweet de Bolsonaro sobre 'golden shower' repercute na imprensa estrangeira
Da Redação do Opera Mundi
O vídeo compartilhado pelo presidente Jair Bolsonaro no Twitter, que mostra um homem urinando na cabeça de outro - e a pergunta subsequente do presidente, que questionou o que era “golden shower” - repercutiu (mal) entre repórteres estrangeiros e, por consequência, na imprensa internacional. Muitos questionaram se a conta que havia postado o vídeo não era falsa.
O jornal norte-americano The New York Times, em um texto repleto de ironias, tentou explicar o ato do presidente brasileiro. Logo no início da reportagem, o correspondente Ernesto Londoño avisa: "O artigo que você está prestes a ler é sobre um vídeo com conteúdo sexual, o presidente da quarta maior democracia do mundo e as guerras culturais que agitam o Brasil". Depois de publicado, o texto foi modificado.
O argentino Clarín chamou o vídeo de “escatológico” e lembrou que Bolsonaro foi o maior alvo das críticas dos blocos de rua e das escolas de samba neste Carnaval. “[O tuíte do] Presidente brasileiro pareceu ser uma resposta a essas críticas das emblemáticas escolas de samba”, diz o jornal.
O britânico The Independent também falou do “vídeo pornográfico” compartilhado pelo presidente. “Os brasileiros foram rápidos em condenar o tweet de Bolsonaro como uma grosseira deturpação do festival [Carnaval], que aconteceu neste ano entre 28 de fevereiro e 5 de março. Alguns usuários do Twitter também disseram que reportariam o tuíte como conteúdo inapropriado”, afirma o periódico.
A rede venezuelana TeleSur afirmou que Bolsonaro tentou desacreditar um dos eventos culturais mais importantes do mundo com o compartilhamento do vídeo controverso, mas a publicação só gerou ainda mais rejeição. "O primeiro Carnaval desde a ascensão da extrema-direita no Brasil serviu de plataforma para rejeitar as políticas do presidente brasileiro e suas declarações que vão contra a comunidade LGTBI e outras minorias.", declara.
O jornal argentino Página 12 disse que Bolsonaro atacou o carnaval depois de ser o personagem mais criticado nas celebrações de rua do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, além de ser ironizado por Caetano Veloso. "Os cantos para o chefe de Estado ir para o 'caralho' foram cantados por milhares de pessoas nos blocos de rua das principais capitais, onde havia também muitos que optaram por usar laranja, a cor que simboliza os testa de ferro", publicou o periódico.
O periódico britânico The Guardian afirmou que o "presidente do Brasil de extrema direita provocou indignação, nojo e ridicularização" com a publicação do vídeo em questão. O jornal ainda destacou que foliões de todo o país "usaram a festa de rua anual como uma oportunidade para protestar contra o seu líder extremista que é reconhecido por suas declarações racistas e homofóbicas".
A rede venezuelana TeleSur afirmou que Bolsonaro tentou desacreditar um dos eventos culturais mais importantes do mundo com o compartilhamento do vídeo controverso, mas a publicação só gerou ainda mais rejeição. "O primeiro Carnaval desde a ascensão da extrema-direita no Brasil serviu de plataforma para rejeitar as políticas do presidente brasileiro e suas declarações que vão contra a comunidade LGTBI e outras minorias.", declara.
O jornal argentino Página 12 disse que Bolsonaro atacou o carnaval depois de ser o personagem mais criticado nas celebrações de rua do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, além de ser ironizado por Caetano Veloso. "Os cantos para o chefe de Estado ir para o 'caralho' foram cantados por milhares de pessoas nos blocos de rua das principais capitais, onde havia também muitos que optaram por usar laranja, a cor que simboliza os testa de ferro", publicou o periódico.
O periódico britânico The Guardian afirmou que o "presidente do Brasil de extrema direita provocou indignação, nojo e ridicularização" com a publicação do vídeo em questão. O jornal ainda destacou que foliões de todo o país "usaram a festa de rua anual como uma oportunidade para protestar contra o seu líder extremista que é reconhecido por suas declarações racistas e homofóbicas".
Repórteres
O escocês Andrew Downie, que faz cobertura esportiva da América Latina e escreveu o livro Doutor Sócrates, uma biografia do jogador brasileiro, retuitou o tuíte de Bolsonaro.
“O presidente do Brasil está tuitando um vídeo de uma golden shower ao ar livre para seus 3,4 milhões de seguidores no que ele diz ser uma denúncia do Carnaval. #eunãoestouinventando”, escreveu Downie para seus seguidores.
O repórter britânico Dom Phillips, baseado no Rio de Janeiro e que escreve para veículos como o The Guardian e o Financial Times, também comentou o vídeo.
“Aviso: alguns seguidores podem ficar incomodados. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tuíta um vídeo sobre alguém fazendo xixi em outra pessoa no topo de uma parada de ônibus e diz: ‘Isso é o que muitos blocos de Carnaval se tornaram. Inacreditável”.
Tom Philips, correspondente do Guardian para a América Latina, sugeriu que alguém tirasse o celular do presidente. “Alô, alô Brasil: alguém tire o telefone dele, rápido”.
Juliana Barbassa, editora internacional do New York Times, não sabia o que fazer. “O presidente do Brasil tuitou um vídeo de uma golden shower ao ar livre. O que um editor deve fazer a respeito? (estou perguntando para um amigo)”, postou.
Repercussões na política
Em resposta a esta sucessão de mensagens, o deputado Paulo Pimenta, (PT-RS), líder da bancada no Congresso, disse: "não podemos descartar a possibilidade de solicitar um teste de sanidade mental. O país pode estar nas mãos de um psicopata que nos levará ao caos", e exigiu que a conta de Bolsonaro no Twitter fosse removida do ar. Pimenta definiu o governante como o "chefe" de um grupo que está envolvido na "corrupção e com as milícias".
“É bizarro. É gravíssimo. Bolsonaro descontrolado reage as manifestações contra ele em todo Brasil e publica vídeo para detonar o Carnaval. Expõe o país no mundo, propaga o preconceito e quebra as regras do Twitter. É urgente analisarmos ainda hoje as medidas a serem adotadas”, escreveu ainda o parlamentar. - (Fonte: Opera Mundi - Aqui).
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