terça-feira, 28 de junho de 2016

BREXIT E BUROCRACIA


Brexit: a burocracia global leva a desastres políticos

Por André Araújo

A burocracia da Comunidade Europeia em Bruxelas é uma das causas do EXIT votado no plebiscito inglês.
Burocratas não eleitos aos montes: 170.000, segundo o jornal Daily Telegraph, ocupam seu tempo criando dificuldades para a vida econômica dos países, emitindo regras e travas que incomodam a todos e não trazem nenhum benefício real.
Os burocratas de Bruxelas têm regras para o tamanho e curvatura dos pepinos, para a altura da espuma nos copos de chopp, 45 regras para batatas, sobre vinhos tem um livro do tamanho do Novo Testamento de regras desde a aragem do solo até o envelhecimento no tonel; a burocracia da Comissão Europeia congelou a economia da Europa, tudo é proibido e tudo é controlado demais, gasta-se enorme tempo cumprindo regras.
O pior é que o mundo segue essa tendência que vem da Europa e contaminou os EUA, é regra demais para tudo, metade dos empregados das empresas trabalha no COMPLIANCE - o departamento  que fiscaliza o cumprimento de regras -, é um imenso custo inútil e uma paralisia das iniciativas, acabam com os aventureiros e empreendedores que criaram a base econômica do mundo, (pois) negócios só existem quando gente que corre risco se aventura a montá-los.
O Brasil, na sua secular ignorância e volúpia de copiar, segue essas regras sem fim, as absurdas regras sobre lavagem de dinheiro, um crime de ficção inventado para atormentar pessoas físicas e jurídicas, infernizar a vida de pessoas de vida normal e de empresas produtivas que pega todos, menos os bandidos e terroristas que continuam traficando e operando sem problemas e contra quem teoricamente a lei se fez.
As leis de lavagem de dinheiro criminalizam toda a liberdade de empreender e arriscar, são tantos os controles que muita gente deixa de empreender porque os burocratas pretendem um mundo regrado e organizado que nunca existiu na vida real das sociedades, a maior parte dos negócios são cheios de altos e baixos e  de improvisos, de avanços e de recuos, de dinheiro que a tia emprestou misturado com o dinheiro de um antigo padrasto, nada disso é sempre muito claro ou muito bem explicadinho nos mínimos detalhes; esse excesso de regras e controles está paralisando a economia mundial, parte da revolta dos ingleses deve-se ao excesso de regras que torna a vida insuportável, Bruxelas virou sinônimo de burocracia inútil.
Na História real da humanidade e da economia há muita desorganização,  improvisação, muita bagunça, muita iniciativa de impulso, há especialmente muito aventureirismo, a base concreta da economia moderna foi construída basicamente por aventureiros e não por auditores com mestrado, de vida organizadíssima; as regras que os burocratas estão impondo em todos os níveis em escala global, internacional, nacional e supranacional estão bloqueando a vida e as iniciativas; a demonização dos offshores centers vai travar a circulação de dinheiro pelo mundo, sem todavia impedir o perfeito funcionamento das redes de tráfico de drogas, de armas, de pessoas, de produtos falsificados, de antiguidades, de animais, de madeira ilegal; em nenhum lugar as comissões de lavagem de dinheiro impediram as 200 máfias que operam no mundo, cada vez mais fortes, não impedem o terrorismo em nenhum nível, mas interferem na vida das transações, das empresas, dos negócios; tudo é suspeito, até mandar dinheiro para manter filho no exterior, tudo pode ser criminalizado, comprar um quadro do Volpi exige relatório ao COAF e explicações ao imposto de renda, tudo entra no radar das "operações", as corporações do concurso público crescem geometricamente para dar conta do cumprimento de infinitas regras, as quais pelo seu preciosismo e interpretações dúbias podem pegar qualquer um e é quase impossível que não peguem: são tantas e com tantos pontos nebulosos que ninguém, na prática, escapa de cair na rede da burocracia, para regojizo dos burocratas de terno escuro.
Os fenômenos BREXIT e TRUMP são reações a esse sufocamento por excesso de regras; não há mais liberdade para nada e com esses bloqueios o mundo fica paralisado, ninguém mais empreende, sonha com um empreendimento, faz o trabalho dos aventureiros.
Enquanto isso, a classe dos burocratas se expande, ganham muito bem mas não produzem nada, nem um pé de alface, seus ganhos saem dos que produzem e pagam impostos; eles mesmos são um peso inútil para a economia.
Na construção do imenso parque hidrelétrico brasileiro, o maior do mundo, houve a atuação de grandes lobistas, operadores, intermediários que juntam de um lado o investidor, de outro o construtor, de outro o fornecedor de equipamentos, liga todos ao governo concedente, depois procura o financiador, junta tudo e cria um projeto que se define em um leilão onde o lobista monta a estratégia do grupo; hoje todas essas etapas podem ser criminalizadas por burocratas do direito que veem em tudo o pecado e a ganância, mas sem os quais nada se cria.
Assim também foi em outros países, grandes negócios têm brokers e lobistas sempre, nada é "by the book" bonitinho e limpinho, tem sempre um lado mais cinzento nos grandes lances de negócios, na formação das grandes empresas, dos grandes projetos, nas fusões e aquisições, há encontros furtivos, há amigo do amigo, tem amantes, padrinhos e brokers em tudo, assim é a vida, a realidade, a História, as novelas são muito mais pálidas do que a complicada realidade, querer pasteurizar a vida por manuais de compliance só tem um resultado: nada mais se faz de concreto na economia, tudo se burocratiza e se mediocriza.  
Bruxelas é um dos epicentros desse processo de excesso de controles, de excesso de burocracia, de excesso de regras, o mundo tal qual o conhecemos foi construído por (pessoas) que hoje seriam todas suspeitas de crimes e encarceradas, desde Fernande de Lesseps, que construiu o Canal de Suez e faliu como picareta no Panamá até os "robber barons" que construíram as ferrovias americanas, Percival Farquhar, que construiu boa parte da infraestrutura brasileira na primeira metade do século, de eletricidade a bondes, de telefonia a Vale do Rio Doce, de portos a companhias de gás; nos tempos de hoje nem teria começado, já estaria preso no primeiro movimento.
Com a economia inteiramente travada o Brasil vai andar para trás: sem o aventureiro não há negócios; burocratas não gostam de se arriscar e nem sonham em inventar grandes iniciativas e projetos complicados, mas o Brasil está sendo governado por eles, então esperam sentados por um novo ciclo de crescimento. (Fonte: aqui).

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A partir do que se conclui: Se ficar, o bicho pega, se correr o bicho come. O velho filósofo dizia que a virtude está no centro - o problema é que os virtuosos já ocupam todos os quadrantes... 

A ponto de suscitar contundente manifestação do PGR Rodrigo Janot - aqui -, meritória, é certo, mas típica de quem almeja altos voos políticos... 

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