sexta-feira, 22 de julho de 2011

ESCÂNDALO CONTINUADO (V)


Charge publicada em jornal de Murdoch causa polêmica no Twitter

Nesta quinta-feira, o jornal britânico “The Times of London”, que pertence ao conglomerado de mídia do magnata Rupert Murdoch, publicou uma polêmica charge que causou alvoroço no Twitter (...).

O desenho, intitulado “Prioridades”, retrata crianças somalis desnutridas, e uma delas diz: “I’ve had a bellyful of phone-hacking” (em tradução livre, “estou com a barriga cheia de escutas telefônicas”). Há alusão a dois acontecimentos atuais -- de um lado, o escândalo deflagrado no jornal “News of the World”, de Murdoch, e, de outro, a maior seca das últimas cinco décadas na região do Chifre da África, que deixou milhares de crianças desnutridas. (...)

“Alguém mais acha que esta charge faz parte de uma estratégia da Edelman?”, opinou Emma Gilbey Keller, que é casada com Bill Keller, editor do “The New York Times”. Ela faz referência à empresa de relações públicas contratada por Murdoch para reparar os danos à imagem causados pelo escândalo dos grampos ilegais.

Já o escritor Alex Alvarez chamou o desenho de “potencialmente ofensivo”. “Existem vários meios para lidar com um escândalo dessa dimensão, alguns menos aconselháveis que outros. Divulgar um pedido de desculpas público pelos erros e maus julgamentos? É uma boa ideia. Dialogar com os indivíduos responsáveis? Geralmente funciona”, escreveu. “Publicar uma charge ofensiva e de mau gosto fazendo alusão a sérias alegações e à pobreza extrema? Isso quase nunca funciona.”
Ele concorda, no entanto, que é preciso dar mais atenção à crise na Somália e na região do Chifre da África. (...)

Anna Holmes, blogueira, acredita que a fome no Chifre da África não tem tido o devido destaque e, nesse sentido, concorda com a charge. “A mídia pode andar e mascar chiclete ao mesmo tempo. Ela pode falar sobre grampos e fome.”

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Entreouvido num pub: "Do lado de baixo do equador tudo acaba em pizza. Que o caso dos grampos de Murdoch não acabe em charge."

Nota: Relativamente à trágica situação  na África, são três milhões de mortos em perspectiva. Mas os países ocidentais não podem ajudar, ao contrário, até diminuíram suas ajudas pela metade, pois o dinheiro disponível para as emergências precisou ser usado na ajuda aos bancos, ameaçados de falência na crise financeira mundial.

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