quinta-feira, 20 de março de 2025

DOCUMENTÁRIO IMPERDIVEL SOBRE MILTON NASCIMENTO ESTREIA NOS CINEMAS

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A diretora Flávia Moraes soube costurar, entre tantas estrelas nacionais e internacionais, uma narrativa esbarrando na linguagem de road movie, reverenciando a importância e a singularidade do cantor e compositor mineiro, ao mesmo tempo em que expõe sua fragilidade.


No DCM:
No dia 20 de março, o Brasil ganha um presente de muitos significados: chega às telas de 70 salas pelo Brasil o documentário “Milton Bituca Nascimento”, que retrata a despedida dos palcos do cantor e compositor mineiro, que cruzou oceanos para se perpetuar como um dos mais importantes representantes da MPB. Bituca é um patrimônio cultural no universo da música.

“O mistério traduz Milton Nascimento”, declara Caetano Veloso. Entre depoimentos emocionantes de gente do calibre de Quincy Jones, Chico Buarque, Gilberto Gil, Spike Lee, Herbie Hancock, Wayne Shorter, Mano Brown, Esperanza Spalding, entre tantas estrelas, sem esquecer toda a sua turma de infância e juventude, está a pedra fundamental de sua obra: o Clube da Esquina.

Em determinado momento, o velho parceiro Wagner Tiso recorda, em depoimento emocionado, uma passagem da infância, ao lembrar de certa ocasião em que passou na frente da casa de Milton e deparou com ele no jardim, com sua sanfoninha entre os joelhos e uma gaitinha entre os lábios, montando acordes e vozes para o mundo. Nessa hora, as lágrimas brotam de seu rosto.

Tiso teve um conjunto de baile com Milton, o “Luar De Prata”. Bituca era crooner nas madrugadas de Três Pontas, dando seus primeiros passos na carreira, seguindo seu próprio manual: “O artista tem de estar onde o povo está”. Em outro momento, temos a reação de devastação e perplexidade da cantora Simone, causada pelas fotos publicadas na capa e divulgação do lançamento do LP “Nascimento” (1997), em que o cantor se mostra muito magro, gerando, na época, desconforto e especulações sobre sua real condição de saúde.

A diretora, Flávia Moraes, veterana atrás das câmeras em projetos que incluem mais de três mil comerciais, documentários, curtas-metragens e videoclipes, soube costurar, entre tantas estrelas nacionais e internacionais, uma narrativa esbarrando na linguagem de road movie, reverenciando a importância e a singularidade do cantor e compositor mineiro, ao mesmo tempo em que expõe sua fragilidade.

“O mais impressionante é que esses convidados, de certa forma, ‘caíam do céu’. Milton os chamava para os shows e, no mesmo gesto, os convidava para o documentário. Eles vinham ouvir Milton e, espontaneamente, se dispunham a falar”, lembra Moraes.

“Estávamos sempre prontos, nos bastidores, com câmeras e luzes no jeito. Era preciso estar preparado para captar uma boa entrevista sem saber quem era o entrevistado”. 

A condução desta despedida documentada ficou a cargo da narração em off de Fernanda Montenegro, uma declaração de amor à vida, à paternidade, ao acolhimento e ao seu enfrentamento ao diagnóstico de Parkinson, ao pertencimento e, fundamentalmente, à obra de um artista popular, uma entidade musical, o encantado que soube traduzir sua ancestralidade. (...).

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