sábado, 25 de novembro de 2023

EDIÇÃO DE 'FRANKENSTEIN' ILUSTRADA POR IA É DESCLASSIFICADA NO PRÊMIO JABUTI

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Matéria atrasada, mas cuja leitura vale a pena por marcar a estreia, ainda que por via tortuosa, da Inteligência Artificial em certames culturais.


No DCM:
O Prêmio Jabuti desclassificou uma edição do livro “Frankenstein” que concorria na categoria Ilustração por ter imagens criadas por meio de inteligência artificial. A Câmara Brasileira do Livro (CBL), responsável pela premiação, divulgou um comunicado afirmando que o uso de ferramentas do tipo não está previsto nas regras.

“As regras da premiação estabelecem que casos não previstos no Regulamento sejam deliberados pela Curadoria, e a avaliação de obras que utilizam IA em sua produção não estava contemplada nessas regras”, afirma a CBL. A organização ainda prometeu debater a permissão do uso das ferramentas em próximas edições da premiação.

“A utilização de ferramentas de inteligência artificial tem sido objeto de discussão em todo o mundo, em razão dos princípios de defesa dos direitos autorais. Considerando a nova realidade de avanços dessas novas tecnologias, a organização do prêmio esclarece que a utilização dessas novas ferramentas será objeto de discussão para as próximas edições da premiação”, finaliza o comunicado.

                (Ilustração para a citada 
                 obra, produzida por IA)

André Dahmer, ilustrador e quadrinista, é um dos três jurados da categoria no Prêmio Jabuti e se manifestou sobre o assunto. Ele disse ter ficado surpreso com as “ilustrações primorosas” da edição do livro e relata que o livro creditava somente um ilustrador, Vicente Pêssoa, mas fazia referência ao Midjourney,  serviço de inteligência artificial que gera imagens a partir de descrições em linguagem natural.

“Não conheço os nomes de ferramentas de inteligência artificial, nem quero conhecer. A organização do prêmio, ao me enviar o livro, também desconhecia o nome desta ferramenta. Outro jurado, Baptistão, também não sabia que avaliava um trabalho híbrido”, diz Dahmer.

Ele defendeu o ilustrador e disse que não houve “má fé” no trabalho, já que citou o nome da ferramenta, mas apontou que “toda essa história carece de debate”. “Da minha parte, veria e julgaria o livro com outros olhos sabendo tratar-se de uma Obra híbrida, é claro”, prossegue. (...). - (Para ler a matéria na íntegra, clique Aqui).

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