domingo, 19 de janeiro de 2020

ANTIDEMOCRATAS EM VERTIGEM

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Já disseram aos quatro ventos: "No tal estado de direito, é impossível governar". Já sugeriram que com algo parecido com o AI-5 a história seria outra. Já decretaram: quem se dispuser a fazer qualquer crítica, que saiba de antemão que será rotulado de apoiador de corrupto. Já instituíram que os verdadeiros virtuosos continuarão a ser reconhecidos pelo mercado, especialmente via Bolsa, e preservados, até onde for possível, os dividendos (salutar procedimento instituído por Fernando Henrique). Tudo isso, desabafam, todo um esforço hercúleo, para agora ver a imagem do regime tisnada no exterior, e logo por Hollywood!... Ao menos, ao que se vê, queremos dizer, não se vê, quase ninguém fala mais no assunto. Menos mal.


Hollywood também desconfia de golpe
Do GGN
A indicação do documentário “Democracia em Vertigem” ao Oscar já é uma vitória para o cinema brasileiro, ao misturar o que aconteceu no Brasil entre os anos de 2015 e 2016 com a interpretação e a vida da diretora, Petra Costa.
Em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, o ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, o economista Nelson Barbosa diz que a obra cinematográfica aponta aquilo que todos já desconfiavam mundo afora: houve golpe parlamentar no Brasil em 2016 (com impeachment sem crime de responsabilidade) e continuação em 2018 (com a prisão de Lula por ato indeterminado de ofício). (Nota deste Blog: O artigo foi mencionado/resumido pelo GGN - Aqui -. Uma vez que este Blog não é assinante da Folha, apoiou-se no post citado).
“Por maiores que os erros tenham sido, eles não justificam inventar crime fiscal, que nunca havia sido caracterizado como crime até então, para derrubar o governo por motivos políticos. Até (o ex-presidente Michel) Temer reconheceu isso, em ato falho”, pontua Barbosa.
Da mesma maneira, o ex-ministro explica que apontar o caráter político da condenação do ex-presidente Lula não implica defender a corrupção e, no mesmo sentido, apontar o caráter político da condenação de Lula não implica defender práticas escusas.
“Quer um exemplo? Compare os anos petistas com a situação atual. Sob Lula e Dilma houve liberdade e transparência na investigação de diversas autoridades do governo. E hoje? Da rachadinha de Queiroz ao assassinato de Marielle e Anderson, passando pela investigação de ministros de Bolsonaro, temos atrasos, lacunas e diversionismo”, pontua Barbosa.
Diante de tudo isso, Nelson Barbosa recomenda que se assista o documentário “antes que um juiz obscurantista decida suspender a exibição”. A sugestão vale até mesmo para quem odeia o PT.

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