domingo, 10 de junho de 2018

O QUE PODERÁ VIR POR AÍ

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10 de junho. Em sua edição de hoje, a Folha divulgou curiosa pesquisa eleitoral realizada por seu instituto, o Datafolha (analisada aqui), que flagrantemente tenta 'atenuar' a performance do candidato favorito, particularidade que ela própria (a pesquisa) escancara ao dar conta da capacidade de transferência de votos do senhor Luis Inácio (como conhecida raposa política dessas paragens piauienses costuma dizer ao referir-se a ele). A seleção brasileira de futebol, enquanto isso, vence com folga amistoso que acabou de disputar contra a seleção da Áustria (vinda de 5 vitórias consecutivas, a mais recente contra a Alemanha), o que temo ser um mau sinal, visto que a tradição tem revelado que o Brasil brilha mesmo é quando é apenas regular nos jogos que antecedem as Copas. De qualquer modo, a seleção está com tudo para fazer bonito, a despeito da (justa) frieza da galera nacional (veja AQUI).. Mas, voltando às eleições 2018, poder-se-ia dizer que tudo ruma para elas, sem atropelos? As opiniões se dividem. Wellington Calasans, jornalista brasileiro atualmente residente na Suécia, de onde coordena o blog "Duplo Expresso" (coadjuvado pelo também brasileiro Romulus Maya, na Suíça), considera que nada está tão sacramentado assim:


Tensão máxima: rompimento da corda definirá se teremos eleições em 2018

Por Wellington Calasans

Pesquisas de opinião pública são hoje apenas um atestado de reprovação da justiça, emitido pelo povo. É dramática a situação daqueles que lutam pelo Brasil Colônia. De um lado, a total ausência de um candidato capaz de ser visto como viável para uma disputa eleitoral. Do outro lado, a sombra de um Lula vivíssimo que, mesmo preso (político), é a única esperança de um Brasil soberano para a maioria esmagadora dos brasileiros.
A cada nova pesquisa o que temos como resultado é o fracasso do golpe e a insustentabilidade do regime vigente. De nada adiantou aos EUA e Banca Internacional a cooptação das células nas instituições brasileiras para o assalto pacífico do país. O conflito social, que somente os sabujos não viram, é inevitável nos próximos meses. São vários os sinais que apontam para isso. Até mesmo a certeza de que o caos generalizado será o último recurso dos piratas para que justifiquem o roubo das nossas riquezas.
Falhou a tentativa de “normalizar” a exclusão de Lula, através de crimes forjados por uma justiça desmoralizada. Assim como falhados estão os diversos ensaios para a tentativa de dar viabilidade aos candidatos escolhidos como iscas para fisgar o povo. Os caricatos Luciano Huck, Joaquim Barbosa e Dória, foram tão reprovados quanto os subprodutos da democracia, Geraldo Alckmin, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e Fernando Haddad.
O PC do B, através de Flávio Dino, declara amor a Ciro, que declara amor ao PSDB, DEM e PP, que não amam ninguém e que são odiados pelo povo que ama Lula. Atento, o eleitor deixa claro que “amor a Lula” não é o mesmo que “amor ao PT”, pois na pressa de Jaques Wagner e Fernando Haddad o desejo de luta por “Lula Livre” foi negligenciado, numa clara demonstração de “queima na largada”.
A tensão é real e o risco de suspensão das eleições é cada vez maior. Temer já criou o ambiente para isto, juntamente com o judiciário carcomido. Tirar Lula, mesmo quando o povo diz ser ele o seu candidato, e prometer aos caminhoneiros o que não poderá cumprir, são os ingredientes perfeitos para o inevitável caos que se aproxima e que, na nossa contagem, poderá iniciar já no final deste mês.
Partidos de esquerda, centrais sindicais e sindicatos diversos perderão o bonde da história se tentarem posar de “isentões” diante do visível desejo por mudança do povo, manifestado pacificamente nas pesquisas e apoio às greves.
Sem povo, sem imprensa (desacreditada), sem justiça (desmoralizada), sobrou ao regime atual o uso das Forças Armadas através do único papel que lhes é reservado numa república das bananas, o de capitão do mato. Bater, oprimir e matar o povo que quer um Brasil melhor e uma vida digna, será este o trabalho de quem teve medo de lutar para dominar o espaço aéreo, as fronteiras marítimas e a pesquisa científica.
Somente Lula é capaz de dialogar com todos os lados e de pacificar o país. Apostar no caos planejado pelos invasores estrangeiros é apenas retardar a própria morte. Os empresários nacionais e a turma do entreguismo precisam entender que “o recuo” também é uma estratégia vencedora. A permanecer tensionando a corda, os resultados serão terrivelmente inimagináveis.  -  (Aqui). 

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