segunda-feira, 11 de junho de 2018

O BRASIL E A COPA 2018

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Este blog subscreve o que escreveu um leitor: O IMPORTANTE É NÃO MISTURAR AS ESTAÇÕES!


Passados quase 50 anos, a esquerda contra o Brasil

Por Rui Daher

Estranho País, este. No momento, quem professa ideários de esquerda, condena a Copa do Mundo de Futebol, a ser realizada na Rússia, em poucos dias.
Pelo que posso perceber, nas redes sociais, liga-se torcer contra o Brasil para não coonestar o golpe de 2016. Repito: estranho País, este, pois mesmo coxinhas e paneleiros. Ridícula esquerda, esta.
Ou se, realmente, detestam o esporte nacional, de onde trazemos meninos humildes ao estrelato mundial, por que não vão de bobsled nos Jogos de Inverno, arremesso de vara (podem atingir o rabo de Temer), ou mesmo naquelas lutas sanguinolentas? Bons tempos das piruetas inofensivas do Fantasma Mascarado contra um português, de quem não lembro o nome. Comédia, pelo menos, como fazia Buster Keaton.
Sou boleiro, sim. Assisto desde Tuna Luso e Avaí, cobrindo todo o território nacional, no que passo às ligas internacionais e, prioritariamente, a qualquer jogo da seleção brasileira, sub-11, 17, 20, profissional, idosa, o siri e o cacete.
Fez isso meu pai, enquanto vivo. Levou-me no Pacaembu, a um Palmeiras e São Paulo, quando eu tinha 9 anos. Dez anos depois, ele não mais pode me levar. Morreu. Comecei a ir sozinho, com amigos, primos, sempre guarda-chuvas em punho, como já contei em alguma crônica.
Vieram a TV, a idade, certos medos e preguiça e, diria, mesmo assim continuar boleiro. Dos jogos às mesas redondas. Intelectuais ou galhofeiras.
Em 1970, não foi diferente. Não seria um ditador medíocre que me faria torcer contra os canarinhos. Valeu. A pós-pompa, o uso feito, a CBD(F), não fariam mudar cada lance inesquecível e, felizmente, em nossas memórias – jovens usem a disponibilidade no YouTube.
Neste ano, Copa Mundial de Futebol, na Rússia, surge um tititi medíocre, que repete 1970, sobre não torcer para o Brasil. Os mais cínicos se fazem intelectuais. “Nem bola dou à competição, tô nem aí, quero que o Brasil se foda”.
Mais do que já está? Sim, eles acreditam que assim fazendo conseguirão #LulaLivre e candidato, a esquerda vitoriosa. Nem mesmo entendem a reviravolta que deixamos a direita nos aplicar. Sejam agora, pois, mais táticos, estratégicos, pacientes, e nisso não incluam o futebol e bundas brasileiras bem torneadas, preferências nacionais.
Percebem meu saco cheio. Tais firulas foram anunciadas, em 2013. Terceirizamos para CUT, MST, MTST, UNE, cinco anos atrás, enquanto combatíamos de forma digital, muitas vezes anônimas. Fomos ótimos.
Agora queremos o quê negando interesse na Copa? Que Temer caia, vá preso? Meirelles pare de defender o sistema financeiro, sua vida? A Petrobras e a Eletrobrás, mantidas nacionais, por questão de soberania e segurança futura?
Os mais xiitas patriotas atuais (os de lá, coitados, viraram sinônimo de radicalismo sem que ao menos soubéssemos ser verdadeiro), chegam aos jogadores que ganham muito dinheiro, o que apenas repete suas proporções passadas. Do alemão Fritz Walter, do húngaro Puskas, dos argentinos Di Stefano (1926-2014), Maradona (e olhem que este é de esquerda), e dos magistrais brasileiros Pelé, Romário e Neymar Jr.
Assim como tantos outros, que os aficionados se lembrarão e poderão ajudar este autor indignado.
Por quê? É proibido sair-se bem num esporte, principalmente naquele mais popular, reconhecido e onde rola mais grana e recebe maior destaque nas folhas e telas cotidianas? O Brasil tem uma história nisso e nela, direita ou esquerda pouco interferem. A inescrupulosa FIFA, sim.
Desde que o evento foi criado, em 1930, exceção ao período da Segunda Guerra Mundial, por não terem sido realizadas, estivemos presentes em todas, seis como campeões. Mesma performance que temos tido nas Olimpíadas, torneios de tênis e alpinismo.
Irei, loucamente, torcer pela seleção brasileira desse interessante Tite. O mesmo que eu fazia quando os padres beneditinos, em 1958, permitiam aos alunos ficar no recreio, ouvir pelos alto-falantes as irradiações dos jogos do Brasil. Tinha 13 anos, nunca esqueço. Não lembro qual a quadrilha do Acordo Secular de Elites, mas Temer/Meirelles não me farão esquecer esse momento feliz de minha vida.
Continuem insistindo na revolução digital. Boa sorte! O Brasil ainda mais ferrado, sem a Copa, colocará a esquerda no Poder. Mesmo?
 “A Taça do Mundo é nossa! Com o brasileiro não há quem possa!”  -  (Aqui).
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Vamos com a seleção brasileira, é claro!
Mas, de fato, há controvérsias, o que se vê nas ruas (quando acontece de alguém falar em Copa, o que não tem sido tão frequente) e nos comentários de leitores. A propósito, um deles foi conciso e contundente: Em todas as Copas, independentemente do desfecho, há uma campeã: a Globo. Outro, Marcos Marques de Sousa Trindade, discorreu com pertinência sobre o tema:
"Quando a direita apropriou o 'não vai ter copa' do PSOL, nosso campo defendeu a Copa como uma vitrine da capacidade do governo Dilma de entregar o que foi prometido enquanto muitos apostavam no caos. E a Copa foi um sucesso.
Esse papo de que uma vitória do Brasil na Copa favorece o governo de plantão não encontra eco na história.
Em 1958 o Brasil ganhou, JK era o presidente, e quem ganhou a eleição seguinte foi o Jânio, apoiado pela UDN.
A eleição logo após a conquista de 1962 não aconteceu por conta do golpe militar e, portanto, não dá para avaliar o seu impacto no humor do eleitor da época. Em 1970 havia ditadura militar e uma eventual derrota não ajudaria, de forma nenhuma, na queda do regime.
Em 2002, o Brasil ganhou, FHC era o presidente, mas o povo votou em Lula.
Em 2006 e 2010, o Brasil perdeu, Lula era o Presidente, e nem por isso o fracasso do Brasil na Copa prejudicou sua vitória.
Em 2014 tentaram introduzir no imaginário coletivo o fracasso da Seleção como sendo um fracasso da organização do evento (fracasso do governo Dilma) e, mesmo assim, Dilma ganhou a eleição.
Não dá para negar que o povão tem no futebol uma forma de identidade popular. E a seleção não é apenas o Neymar.
Não misturo as estações."

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