segunda-feira, 16 de março de 2009

SATIAGRAHA


Somente hoje pude ver a entrevista conduzida por Paulo José Cunha no dia 12, na TV Câmara, com os jornalistas Jailton de Carvalho, do jornal O Globo, e Leandro Fortes, da revista Carta Capital.

São três vídeos, intitulados "Os Factóides", disponíveis no Youtube, a que acessei via blog Vi o Mundo, do jornalista Luis Carlos Azenha.

A discussão se dá em torno de grampos telefônicos, atuação do delegado Protógenes Queiroz e da já histórica Operação Satiagraha, que investiga atos praticados pelo Banco Opportunity e seu titular, Daniel Dantas.

Os jornalistas corroboram tudo o que é do (isento) domínio público: investigação, vazamento de informações para beneficiar o banqueiro, concessão de habeas corpus, tentativa de anulação da Operação via desmoralização do delegado Protógenes, do juiz Fausto de Sanctis e do procurador Rodrigo de Grandis.

Nenhuma novidade, mas o que reconforta é ver a pertinência de nossas impressões e suspeitas.

Convém lembrar que o STF, mediante recente despacho do ministro Menezes Direito, desconheceu ADI interposta pelo PPS, que questionou o auxílio oferecido pela ABIN à Polícia Federal na Operação Satiagraha. A participação da ABIN, para desespero de Daniel Dantas e seus parceiros, é legal, visto que amparada pela lei 9.883/99 e decretos 4.376/02 e 6.540/08.

Os parceiros do banqueiro dão tratos à bola, estrebucham, esperneiam, mas não conseguem derrubar a Satiagraha. O juiz Fausto de Sanctis sofre pressão do corregedor-geral do TRF 3ª Região, André Nabarrete Neto, em face do que vem sendo compelido a manifestar-se até mesmo sobre matérias sobre as quais já se pronunciou, enquanto o procurador Rodrigo de Grandis também é alvo de 'acusações', a mais recente perpetrada pela revista Veja, que se revelou inconsistente.

Protógenes há meses está desvinculado da Satiagraha, mas é como se a personificasse. Declarou que, quando interpelado (mais uma vez) na CPI dos Grampos, dará "nome aos bois" e não deixará pedra sobre pedra. Só um reparo: o delegado poderia ser mais contido, amainando um pouco sua verve nesses dias que antecedem seu depoimento. A ira é santa, tudo bem. Mas tudo o que é demais é demasiado.

Enquanto isso, prossegue a análise, nos EUA, dos 12 HDs do banqueiro Daniel Dantas, apreendidos pela PF em meados do segundo semestre do ano passado. É ali, naqueles HDs, que, especula-se, mora o perigo, o desmascaramento de muita 'reserva moral' do Brasil - razão, certamente, do desespero que grassa em escalões de baixo e alto coturno.

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