segunda-feira, 7 de junho de 2021

NOS EUA, EVANGÉLICOIS BRANCOS ASSISTEM FOX NEWS; HINDUS E MUÇULMANOS VEEM CNN

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"...61% dos evangélicos brancos dizem que assistem ao canal –na última eleição, cerca de 80% dos evangélicos brancos votaram no candidato republicano Donald Trump. Os outros 3 segmentos em que a audiência era de pelo menos 50% são católicos brancos, mórmons e membros da Igreja Ortodoxa Oriental. Não deve ser surpresa, já que esses são 3 grupos que votam consistentemente no Partido Republicano."
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Pesquisa confirma suposições consagradas: Fox tem mais influência sobre cristãos; canal tem reputação conservadora.


Por Ryan Burge

A Fox News possui uma “influência desproporcional” sobre o público norte-americano, especialmente entre os telespectadores religiosos.

Essa foi a conclusão do Instituto de Pesquisa da Religião Pública, uma entidade sem fins lucrativos, em um relatório divulgado logo após a eleição presidencial de 2020. Ele observou que 15% dos americanos citaram a Fox News como a fonte mais confiável –quase o mesmo que NBC, ABC e CBS combinadas, e 4 pontos percentuais acima da rede rival CNN. A pesquisa com mais de 2.500 adultos americanos também sugeriu que os telespectadores da Fox News são religiosos, especialmente entre os republicanos que assistem ao canal. Apenas 5% da audiência republicana se identifica como “não ligada à religião”, em comparação com 15% dos republicanos que não assistem à Fox News e 25% do público americano em geral.

Para explorar ainda mais a relação entre diferentes religiões e os noticiários de TV, que se associam como parte de minha pesquisa sobre dados religiosos, analisei o resultado de outra pesquisa, a Pesquisa Eleitoral Cooperativa.

O levantamento anual, realizado pouco antes da eleição de novembro de 2020, com os resultados divulgados em março, entrevistou um total de 61.000 americanos sobre uma série de tópicos.  A pesquisa perguntou quais eram os hábitos de consumo de notícia dos entrevistados e quais canais de notícias de televisão os entrevistados haviam assistido nas últimas 24 horas.

Alguns padrões muito interessantes surgiram nos segmentos religiosos, nos não religiosos e no tipo de mídia que está sendo consumida. Por exemplo, das 3 grandes mídias tradicionais de notícias -ABC, CBS e NBC- não havia uma base forte de audiência em qualquer segmento religioso.

Na maioria dos casos, cerca de um terço das pessoas de cada tradição religiosa disse que assistiu a uma dessas redes de massa nas últimas 24 horas. A rede PBS teve pontuação muito baixa entre todas as tradições. Na maioria dos casos, menos de 15% dos entrevistados relataram assistir ao canal no período.    

No entanto, os números das 3 principais redes de notícias a cabo –CNN, Fox News e MSNBC– eram muito mais altos em todos os segmentos. Em 8 das 16 tradições religiosas e não religiosas categorizadas na pesquisa, a audiência da CNN teve pelo menos 50% da amostra. Os grupos que lideraram foram os hindus (71%) seguido pelos muçulmanos (63%).

A fatia com menor probabilidade de assistir à CNN era a de evangélicos brancos, com apenas 23%. Em comparação, o MSNBC teve pontuação mais baixa em quase todos os grupos. Na verdade, em nenhum dos 16 grupos de classificação a audiência da MSNBC foi maior que a da CNN.

A audiência da Fox News foi maior do que a da MSNBC, mas não foi tão dispersa como na CNN. Não é nenhuma surpresa, dada sua reputação como um meio de comunicação conservador, em que 61% dos evangélicos brancos dizem que assistem ao canal –na última eleição, cerca de 80% dos evangélicos brancos votaram no candidato republicano Donald Trump. Os outros 3 segmentos em que a audiência era de pelo menos 50% são católicos brancos, mórmons e membros da Igreja Ortodoxa Oriental. Não deve ser surpresa, já que esses são 3 grupos que votam consistentemente no Partido Republicano. Apenas 14% dos ateus assistiram à Fox, o que está quase em linha com a proporção de evangélicos brancos que assistem à MSNBC.  -  (Fonte: Poder 360 - Aqui -; onde o leitor confere tabelas expositivas).

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(Ryan Burge é professor-assistente de ciência política na Eastern Illinois University. Este artigo foi republicado de The Conversation sob uma licença Creative Commons).

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