domingo, 11 de agosto de 2019

A SUPERSAFRA DE FACTOIDES

."Mídia, Polícia, MP e Judiciário não cessaram seu processo de manipulação. O que diminuiu – e nem tanto, ainda – foi seu poder de convencer a opinião pública.", denuncia o analista. Tudo bem, mas, em meio a tantos factoides, não se pode negar que foi muito bem bolada a providencial história dos hackers de Araraquara. Criatividade nota dez. Foi a forma de 'confrontar' o explosivo conteúdo do The Intercept Brasil, pondo (ou tentando por) sob suspeita a sua credibilidade e ganhando tempo para bolar novos factoides, a exemplo da tentativa de transferência de presídio do ex-presidente e da apalermada 'notícia' sobre a relação PT - PCC (aqui e aqui), veiculada no dia seguinte (sim, a brilhante ideia consistia em acoplar ambos os episódios, mas o Supremo frustrou os planos...).

A supersafra de factoides
Por Fernando Brito
Acuada pelas revelações da Vaza Jato e pelas derrotas sofridas no Supremo Tribunal Federal (a requisição do material dos supostos hackers de Araraquara e o veto à transferência de Lula para um presídio comum), o Império da Lava Jato, mesmo enfraquecido politicamente, passou a reagir.
As capas das revistas semanais são o retrato deste desespero.
“Está claro que o objetivo é soltar Lula”, diz Moro, rebaixado agora a ser capa da “prima pobre” Istoé, numa frase que teria mais credibilidade se dissesse que “Está claro que o objetivo era prender Lula”.
O moribundo Deltan Dallagnol vira capa da Época para, noutro tiro do pé, assumir novamente que as mensagens reveladas eram verazes, algo que lhe tira qualquer defesa senão a de alegar “causas morais” para as transgressões legais que praticou.
Veja, que há duas semanas se penitencia de ter “escorregado” para o jornalismo sério, retirou os repórteres que trabalharam sobre os documentos obtidos pelo The Intercept e passou à ficção: primeiro requentando uma velha e implausível história de um possível atendado ecoterrorista a Bolsonaro – fato “bombástico” que não repercutiu em lugar algum, 15 dias atrás, e, neste final de semana, com um suposto “golpe de estado” que seria iminente, mas foi abortado pelo varão de Plutarco do STF, Dias Toffoli e sua incrível autoridade moral.
Lógico que o “golpe” contra Bolsonaro terá o mesmo fim do “ecoterrorista”, sumirá tão rápido quanto apareceu.
Tivemos também o “vazamento” dos grampos do Primeiro Comando da Capital, outro chabu jornalístico, porque -além de caricatos – não são capazes de apontar um “o quê, quem, quando, onde, por quê ou como” básicos do jornalismo sobre o alegado acordo dos criminosos com o PT.
Aliás, o PT jamais teve sob seu comando a polícia paulista, porque não governou o Estado e goza, faz muito tempo, da hostilidade da Polícia Federal.
Ah, sim, Marcelo Bretas ordenou uma operação para ir prender Eike Batista, que estava preso em casa, e Antonio Palocci teve vazado um depoimento acusando Lula e Dilma de terem recebido para não aumentar impostos, embora eles tenham aumentado impostos.
Mídia, Polícia, MP e Judiciário não cessaram seu processo de manipulação.
O que diminuiu – e nem tanto, ainda – foi seu poder de convencer a opinião pública.
Estamos apenas começando a ver o que são.  -  (Fonte: Tijolaço - Aqui).

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