sexta-feira, 3 de maio de 2019

O CASAMENTO INDISSOLÚVEL DO SAMBA E DO CHORO (COM UMA BREVE DIGRESSÃO SOBRE BETH CARVALHO)

Nassif (in)diretamente homenageia Beth Carvalho, que nos primeiros anos curtia exclusivamente a MPB, para em seguida incorporar-se ao mundo do samba e um dia elegê-lo seu porto definitivo. Incluindo o samba chorado.  
Mas a homenagem direta de Nassif a Beth é a crônica "O dia em que Beth Carvalho provocou um quiproquó no Alemão". Clique AQUI para conferi-la - e curtir a Coisinha do Pai, que ecoou até em Marte.
(GGN)
O casamento indissolúvel do samba e do choro 
Por Luis Nassif
Desde os anos 30, samba e choro convergiram para uma mesma base melódica e rítmica.
Primeiro, foi o samba bebendo nas águas do choro. Noel Rosa é o grande destaque, com obras-primas como “Conversa de Botequim”, “O X do problema” e outros clássicos.
Mas o grande autor do samba chorado foi Assis Valente, nas composições interpretadas por Carmen Miranda, das gravações dos anos 30 até os clássicos com o Bando da Lua, quando é descoberta por Hollywood. Aliás, especialmente nesse período dos anos 40, quando a interpretação se moderniza, pode-se conferir a estupenda cantora que era Carmen, não apenas no uso do sincopado, como nos recursos da fala satírica, recurso que apenas Elizeth Cardoso e Elis Regina explorariam anos depois. Repare no “Bambalele”, a interpretação de Carmen e os improvisos de Garoto.
O choro passou a beber nas águas do samba quando Benedito Lacerda inaugurou o choro sambado, no qual Jacob do Bandolim celebrando o casamento final entre os dois gêneros.
Na verdade, a evolução da MPB se dá pela miscigenação dos gêneros. “Chega de saudade”, de Tom Jobim, foi inspirada nos regionais. Os primeiros LPs de João Gilberto contem muitas composições de samba-choro e do samba-sincopado (que os cariocas chamam de samba telecoteco). É o caso de “Doralice”, de Dorival Caymmi, e “Maria Ninguém”, de Carlos Lyra, e “Prá que discutir com madame”, de Janet de Almeida.
(Clique Aqui para conferir no post fonte comentários imperdíveis de leitores bambas).

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